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A questão atravessa todas as partes do transporte aéreo, como: embarque e desembarque, cuidado no transporte com as tecnologias assistivas, espaço na aeronave, entre outros.Até muletas quebradasAs dificuldades para PCDs que viajam por meio de aviões são muitas, como relata a presidente da Associação Baiana dos Deficientes Físicos (ABADEF), Silvanete Brandão, que usa muletas para se locomover.“O atendente não sabe conduzir, não sabe perguntar qual é a nossa dificuldade. Se eu estiver viajando sozinha, é um problema grande. Porque eles olham para mim e ficam assustados. Perguntam se vou viajar só. Quando digo que não subo escada eles não sabem conduzir. Querem que suba pela escada para o avião. Ninguém tem que passar por isso de ser carregado”, afirma.Em outras viagens Silvanete já teve suas muletas quebradas no avião, porque outros passageiros colocaram suas malas no compartimento de bagagem de mão sobre as muletas. Pra completar a situação ela não recebeu nenhum apoio nem do aeroporto, nem da companhia aérea para consertar o problema. Diante dessas ocorrências ela ressalta a importância de uma pesquisa voltada para a acessibilidade em aeroportos.“É extremamente importante que se fale sobre a pessoa com deficiência também nas vias aéreas, nos aeroportos, porque a gente sente muita dificuldade. Todas as vezes que vou viajar, já fico apreensiva, porque quando a gente chega no aeroporto é muito difícil de encontrar a acessibilidade”, comenta. Mesmo a coordenadora pedagógica do Instituto de Cegos da Bahia, Shirley Moraes, que tem baixa visão e costuma ter viagens tranquilas, conta que há alguns incômodos no processo.Ela que faz diversas viagens ao longo do ano comenta que o momento do desembarque costuma trazer dificuldades. “Na hora de sair da aeronave somos os últimos a sair sempre. Preciso ficar esperando que alguém venha me buscar. As equipes poderiam se comunicar para saber que em voo tal tem alguém que precisa de apoio e esse profissional já estar lá quando o voo chegar. Às vezes são 180 pessoas no voo e eu tenho que esperar praticamente todo mundo sair para que o auxiliar venha e eu possa sair também”, conta.Identificar barreirasA proposta da pesquisa é identificar as principais barreiras enfrentadas por PCDs para melhorar o atendimento a essas pessoas no transporte aéreo. Por meio de participação popular, através de sugestões e críticas dos usuários, os resultados serão organizados para garantir mais segurança e qualidade na prestação do serviço. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFScar).O estudo funciona por meio de uma escala de 1 a 5, em que o participante avalia as práticas de acessibilidades que lhe são apresentadas, ao todo 89 itens. O número de pessoas que responderam à pesquisa ainda não é considerado ideal pelo MPor, que busca maior participação popular, inclusive com divulgação presencial da ação nos aeroportos.Os resultados serão usados para estudos desenvolvidos pelo projeto Aviação Acessível, além de base para o desenvolvimento de ações e políticas públicas de melhoria de acessibilidade nos aeroportos.Para participar“A participação do público é essencial justamente no sentido de inclusão da visão do passageiro dentro do panorama de acessibilidade encontrado nos aeroportos e aeronaves no Brasil”. Para participar da pesquisa basta acessar a plataforma Participa + Brasil ou o site do projeto Aviação Acessível.Outra ação voltada para melhorar a acessibilidade no transporte aéreo está sendo realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que neste momento está com consulta pública aberta sobre a atualização da Resolução nº 280/2013, que trata dos procedimentos relativos à acessibilidade de passageiros com necessidade de assistência especial ao transporte aéreo.As sugestões sobre o tema devem ser registradas por escrito na plataforma Participa+Brasil, por meio de formulário eletrônico próprio. As contribuições podem incluir dados, sugestões e pontos de vista com as respectivas argumentações, conforme informado em nota pela ANAC.