Brasileiros são os menos satisfeitos com a vida sexual, aponta pesquisa

A sexóloga Flaviane Brandemberg disse que a saúde mental dos brasileiros tem grande influência sobre a vida sexual

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Fábio Nunes/AT

Apesar de se sentirem mais amados do que no ano anterior, os brasileiros são os menos satisfeitos com a vida sexual entre os latino-americanos, segundo a pesquisa global Love Life Satisfaction da Ipsos.Enquanto países como Colômbia, México, Chile e Peru ocupam posições de destaque no ranking mundial, o Brasil aparece apenas na 20ª colocação entre 30 países, com um índice de satisfação de 71, bem abaixo dos 82 pontos da líder, Colômbia.Mas o que explica essa insatisfação em um país conhecido pela fama de povo caloroso e sensual? Para a sexóloga Flaviane Brandemberg, a resposta está em uma combinação de fatores socioculturais e psicológicos.“A saúde mental dos brasileiros tem grande influência sobre a vida sexual. O estresse, a ansiedade e a depressão são vilões de uma vida saudável e ativa”, explica.A especialista destaca também a pressão criada por padrões irreais promovidos pela mídia e pela pornografia.“Há uma idealização exacerbada da performance sexual, o que acaba gerando frustração. Isso tem estimulado até o uso de medicações sem orientação médica”, alerta Flaviane.A psicóloga e sexóloga Marcelle Paganini reforça que a insatisfação sexual é um reflexo de uma cadeia de insatisfações na vida cotidiana. “Somos seres inteiros. Muitas vezes, não conseguimos separar a origem dos nossos sentimentos. Saúde financeira, emocional e até a baixa educação sexual impactam diretamente na qualidade das relações”, avalia.Para ela, o pós-pandemia trouxe também uma reavaliação das prioridades: “Muitas pessoas deixaram de adiar a busca pela felicidade de curto prazo”.A ginecologista e sexóloga Lorena Baldotto observa em consultório que a exaustão física e emocional está entre os principais motivos de queixa entre casais. “Cansaço, excesso de trabalho e má qualidade do sono são fatores que minam a libido. A vida sexual acaba se tornando secundária”, diz.Ela aponta que a sobrecarga afeta ambos os sexos. “Atendo pacientes que dizem que seus parceiros também estão exaustos”. Assim, o descompasso entre expectativas culturais e a realidade cotidiana parece ser o maior inimigo da satisfação sexual no Brasil.Para as especialistas, a chave está no autoconhecimento, na comunicação e na busca por um estilo de vida mais equilibrado.Opiniões

Saiba maisPesquisa Love Life Satisfaction75% dos brasileiros se dizem amados, um resultado sete pontos percentuais acima do que encontrados no ano passado.Ainda assim, o Brasil está em 20º colocado do ranking desses 30 países. A líder Colômbia apresentou uma pontuação de 82 %.De acordo com a pesquisa, 35% dos brasileiros estão muito satisfeitos com a vida romântica e sexual, 25% um pouco satisfeitos, 15% não muito satisfeitos e 17% nem um pouco satisfeitos.PesquisaA pesquisa foi realizada em 30 países, com 23.765 entrevistados.No Brasil foram mil entrevistados, entre 18 anos e 74 anos, no período de 20 de dezembro de 2024 a 3 de janeiro de 2025.Insatisfeito?Para mudar a insatisfação com a vida sexual, a primeira coisa é se conhecer e entender como o prazer funciona para ele mesmo.Depois, encontrando esse funcionamento, é possível encontrar atividades que aproximem esse prazer novamente.A libido expande apenas em mente saudável. Então, cuidar do bem-estar no geral também é cuidar da área sexual.Vida saudávelO corpo sem saúde não desfruta de todo potencial sexual que ele tem. A saúde, neste caso, também se refere à mental.Praticar atividade física, comer bem (com os nutrientes necessários), dormir bem e não conviver em ambientes estressantes, entre outros, são algumas dicas.A sexualidade é delicada, umas das primeiras áreas a responder negativamente quando algo não vai bem.Fonte: Pesquisa e especialistas consultadas.

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