ALTERAÇÕES GENÉTICASPara chegar ao resultado, a equipe realizou 20 alterações genéticas em 14 genes, responsáveis por características como pelagem branca, pelos longos e mandíbula mais robusta – marcas registradas do lobo terrível. Embriões desenvolvidos a partir dessas células modificadas foram implantados em cães de grande porte, que serviram como mães substitutas. Dois machos nasceram em 1º de outubro de 2024 e uma fêmea chegou ao mundo em 30 de janeiro de 2025.“Ele carrega genes de lobo terrível, e esses genes fazem com que ele se pareça mais com um lobo terrível do que qualquer coisa que vimos nos últimos 13.000 anos. E isso é muito legal”, afirmou Love Dalén, professor de genômica evolutiva da Universidade de Estocolmo e consultor da Colossal, que participou da análise genômica, mas não diretamente do processo de clonagem.
true
QUESTÕES ÉTICASApesar da empolgação científica, o projeto levanta questões éticas. Muitos críticos afirmam que os recursos usados na desextinção poderiam ser melhor aplicados na conservação de espécies ameaçadas que ainda vivem. Outros se preocupam com o bem-estar dos animais utilizados como substitutos e com possíveis impactos ecológicos de reintroduzir híbridos em ambientes naturais.Christopher Preston, professor de filosofia ambiental na Universidade de Montana, reconhece os esforços da Colossal em mitigar esses riscos. “A Colossal tomou precauções cuidadosas para rastrear quaisquer consequências genéticas não intencionais de suas edições, eliminando edições arriscadas que são conhecidas por estarem associadas a resultados ruins”, destacou.PAPEL ECOLÓGICOAinda assim, Preston questiona o papel que essas criaturas poderão desempenhar no mundo atual. “Em estados como Montana, estamos atualmente tendo problemas para manter uma população saudável de lobos cinzentos na terra diante da oposição política acirrada”, afirmou. “É difícil imaginar lobos terríveis sendo soltos e assumindo um papel ecológico.”Como próxima etapa, a empresa pretende aplicar as tecnologias desenvolvidas na clonagem do lobo terrível para a conservação de espécies ameaçadas, como o lobo vermelho, do qual já produziram duas ninhadas por meio de métodos inovadores de clonagem. No horizonte, o objetivo de introduzir mamutes em ecossistemas até 2028 permanece de pé – e agora, parece mais próximo do que nunca.