A paulista Beth Gomes garantiu o bicampeonato paralímpico da prova do lançamento de disco da classe F53 (atletas que competem em cadeiras de rodas, com sequelas de poliomelite, lesões medulares e amputações) ao alcançar a marca de 17,37 metros, nesta segunda-feira 2, no Stade de France, em Paris (França). Com esta marca a atleta de 59 anos estabeleceu um novo recorde da prova, conforme a Agência Brasil.
Também nesta segunda, Beth conquistou a medalha de prata no arremesso de peso ao atingir a distância de 7,82 metros, recorde mundial na classe F53. Porta-bandeira na abertura dos Jogos em Paris, a paulista estava exultante após a conquista da prata no arremesso de peso das classes F53/54.
A brasileira competiu com adversárias de uma classe acima da sua, a F54, que reúne atletas com menor comprometimento físico-motor. A mexicana Gloria Zarza Guadarrama, da classe F54, foi ouro com a marca de 8,06m e o bronze ficou com a uzbeque Nurkhon Kurbanova (7,75m), atleta da classe F54.
“Essa medalha está saindo para mim com gostinho de dever cumprido, porque eu competi numa classe acima da minha, e eu acreditei que tinha chance. E eu fui buscar no último arremesso a medalha de prata, com gostinho da de ouro, com recorde mundial. Parabéns a todas as atletas que participaram, gratidão é minha única palavra”, disse Beth.
A atleta desabafou o motivo do choro: “Vem [à cabeça] o retrocesso de tudo que passei, de reclassificações, de ficar fora do Rio 2016, em que era a minha chance de medalha no arremesso de peso. E quis Deus que eu viesse nesta Paralimpíada, numa prova secundária, e viesse buscar a tão sonhada medalha lá de 2026. É muita emoção, muita gratidão”.
Prata no salto. O dia também foi de comemoração para o gaúcho Aser Mateus Almeida, que conquistou a medalha de prata na prova de salto em distância da classe T36 (para paralisados cerebrais). Ele conseguiu a marca de 5,76 metros, ficando atrás apenas de Evgenii Torsunov (time dos atletas paralímpicos neutros), que saltou 5,83 metros.
Medalha de bronze. Outro medalhista do Brasil nesta segunda foi o paranaense Vinícius Rodrigues, que garantiu o bronze na final dos 100 metros classe T63 (amputados de membros inferiores com prótese) ao completar a prova em 12s10, apenas 4 centésimos do medalhista de ouro, o norte-americano Ezra Frech. Este foi o melhor tempo do ano do brasileiro.
Brasileiros garantidos em finais na terça 3
Seis representantes do país foram bem nas provas classificatórias nesta manhã e asseguraram presença na decisão por medalhas a partir das 5h de terça-feira 2. O sul-matogrossensse Yeltsin Jacques e o paulista Júlio César Agripino – ambos já subiram ao pódio em Paris – vão lutar pelo pódio na final dos 1.500m T11 (deficiência visual).
O melhor tempo na classificatória foi obtido por Yeltsin: 4min03s22, sua melhor marca na temporada. O compatriota Agripino avançou com o quarto melhor tempo (4min10s10).
A final feminina dos dos 1.500m classe T54 (cadeirantes), a partir das 7h25, contará com a panaense Aline Rocha. Aline ficou em quinto lugar na sua bateria, última posição que garantia a classificação à final. A paulista Vanessa Cristina ficou em oitavo lugar (3min30s86) em outra bateria e está fora da final.l