9.º Batalhão da Polícia Militar lançou a Operação Vida – Programa Mulher Segura na terça-feira

Aconteceu na noite da terça-feira, 1.º, na sede da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (ACIAP), o lançamento da Operação Vida, parte do Programa Mulher Segura, do 9.º Batalhão de Polícia Militar (9.º BPM), em parceria com a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (ACIAP), através do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC). O programa é uma iniciativa que visa a garantir a proteção das mulheres e combater a violência de forma eficaz. O evento contou com a presença de representantes da segurança pública, do Poder Judiciário, do Ministério Público e demais convidados.

A soldado Thaiza Alves do  Nascimento, da Polícia Militar, uma das organizadoras do evento, destacou a importância da parceria entre os órgãos e o município no combate à violência contra a mulher.

“Estamos dando continuidade a uma operação que já vem sendo realizada e esse ano estamos expandindo aos demais municípios do litoral paranaense com prevenção às mulheres, intensificação no tema, que é uma temática muito importante. E a cooperação entre os órgãos, com o município, com a rede de apoio é de extrema importância. Estamos todos juntos no combate à violência doméstica”, destacou a soldado Thaiza.

A Cabo da Polícia Militar, Renata Mendes, que atua na Patrulha Maria da Penha e uma das palestrantes do evento, ressaltou os resultados alcançados até agora e as novidades do programa para este ano no litoral.

“Hoje nós estamos fazendo aqui o lançamento do programa Mulher Segura, que faz parte do programa de segurança, programa Vida, do Governo do Estado do Paraná. E nós vamos estar trazendo nessa noite um pouco do nosso atendimento com a Patrulha Maria da Penha aqui no litoral. Vamos mostrar alguns dados do nosso trabalho já na primeira fase, no primeiro ano dessa operação, desse programa. No ano de 2024, nós já tivemos esse mesmo programa aqui, contemplando Paranaguá, e a gente vai trazer as novidades para 2025, que está vindo da Secretaria de Segurança para a gente implementar aqui no nosso litoral”, ressaltou a cabo Renata.

A delegada da Polícia Civil do Paraná, que atua na 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá, Maluhá Soares, falou sobre os impactos da operação e o esforço contínuo das instituições no combate à violência contra a mulher.

“É uma iniciativa do Estado inteiro em relação a esse programa. Basicamente, são debatidos temas relacionados à violência doméstica familiar contra a mulher, são feitos programas de conscientização para a população em relação à violência doméstica, e tem como objetivos o combate ainda mais potencializado nos casos de violência, tanto pelos órgãos de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Civil Municipal, também pelo Ministério Público, pelo Poder Judiciário. Então, todas as instituições atuantes no combate à violência contra a mulher. E hoje nós estamos aqui reunidos na ACIAP para falar sobre a inauguração desse programa, mas também sabemos que o combate à violência doméstica acontece todos os dias, para quem trabalha com isso, não é só agora com a inauguração desse programa, todos os dias, para quem trabalha com isso, e nós estamos aqui disponíveis para a população para lidar com esse tema tão importante que é a violência doméstica contra a mulher”, afirmou a delegada Maluhá.

Thais Oliva, servidora do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e uma das palestrantes, destacou o Projeto Lótus, iniciativa que visa, por meio do desenvolvimento de grupos reflexivos baseados na Justiça Restaurativa, reeducar e responsabilizar homens envolvidos em situações de violência doméstica.

“Eu venho falar sobre o Projeto Lótus, que é da Central de Medidas Socialmente Úteis, que é do Tribunal de Justiça do Paraná (Censu). O nosso projeto visa atender os homens que foram acusados de violência doméstica. Então, ele é um projeto que visa a reeducação e a reflexão desses homens para que não cometam mais esses tipos de crime de violência doméstica. O evento é muito importante porque a gente traz visibilidade para esse assunto. Infelizmente, muitas mulheres são vítimas de violência, algumas ainda não têm nem consciência disso, então esses eventos em que a gente discute o assunto, que a gente traz reflexões a respeito disso a gente também traz para essas mulheres o conhecimento a respeito disso e as formas de denunciar e de procurar ajuda, e também demonstrando o que é feito pela sociedade parnanguara e pelos órgãos públicos parnanguaras para solucionar esse problema”, destacou a servidora Thais.

A Promotora de Justiça do Paraná e uma das palestrantes do lançamento da Operação Vida do Programa Mulher Segura, Cibelle Maria Scopel, destacou as atribuições do Ministério Público do Paraná (MPPR) na esfera extrajudicial, judicial, atuação preventiva e repressiva na promoção da igualdade de gênero.

“O Ministério Público (MP) veio para esse evento tratar um pouco das funções, das atribuições do Ministério Público, tanto na esfera extrajudicial quanto judicial, na atuação preventiva e repreensiva nessa promoção da igualdade de gênero, que é um direito fundamental e que a gente busca a efetivação através de políticas públicas, da aplicação à lei, que o Ministério Público zela e fiscaliza para que ela realmente seja efetivada”, destacou a promotora.

A presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) da ACIAP, Jacqueline Guimbala, destacou a relevância do programa. De acordo com ela, o programa representa um avanço significativo na construção de uma sociedade mais segura e isonômica.

“Essa é uma iniciativa essencial, relevante e de interesse público para garantir a proteção das mulheres e enfrentar a violência de forma eficaz. E é com grande orgulho que o Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura participa deste evento em nossa Associação Comercial do Paranaguá, reafirmando o nosso compromisso em ampliar oportunidades, promover a igualdade e gerar impacto positivo em nossas comunidades. Segurança e autonomia caminham juntas e o Mulher Segura se torna um alicerce para que as mulheres possam se fortalecer com segurança e com confiança”, expressou.

Jacqueline ressalta ainda que garantir a segurança da mulher exige mais do que iniciativas isoladas. 

“Precisamos da união entre todos os poderes públicos e sociedade civil organizada para viabilizar e propor a instalação de uma delegacia da mulher em nossa cidade de Paranaguá. Uma mulher segura tem voz, tem poder de escolha e contribui ativamente para o desenvolvimento econômico, social e cultural de nossa sociedade. Que os índices alarmantes fiquem apenas nos registros do passado. Deixo uma mensagem que venho repetindo sistematicamente em minhas falas dentro do CMEC, “não lutamos por poder, lutamos por causas”, finalizou a presidente do CMEC, Jacqueline Guimbala.

Para a secretária municipal da Mulher de Paranaguá (SEMMU), Daiane Christakis, projetos como esse auxiliam a fazer a segurança da mulher.

“A gente tem um alto índice de violência na nossa cidade, é uma história, querendo ou não, trágica, para não dizer outra coisa. Então, projetos como esse nos auxiliam a fazer a segurança dessa mulher. É um projeto muito importante que a gente precisa sim dar apoio para que ele aconteça com efetividade no nosso município”, destacou a secretária.

Além da secretária da Mulher de Paranaguá, esteve presente também no evento a secretária Municipal de Educação, Fabíola Arcega. Ela destacou a parceria entre a Secretaria de Educação e a Guarda Civil Municipal de Paranaguá no apoio e combate à violência doméstica nas escolas.

“Esse projeto não só atende o público-alvo da educação de jovens e adultos, na nossa faixa etária do período noturno, mas também as mães dos nossos estudantes do período diurno. Vale também ressaltar o projeto que nós estamos tendo, acompanhamento junto à Guarda Civil Municipal, o qual tem dois projetos junto à Secretaria de Educação, que é o Maria Vai a Educação de Jovens e Adultos (EJA), que já foi no mês de março, onde conseguimos envolver 150 estudantes da EJA com o trabalho do pessoal da Maria da Penha, os guardas municipais da Maria da Penha, em específico a Márcia, e agora também iniciaremos com o projeto para os quintos anos, que será o Maria Vai à Escola, também falando sobre todas essas demandas que nos deixam aflitos, mas que busca dar as informações em relação à segurança da mulher”, explicou a secretária Arcega.

De acordo com o 3.° Sargento Adenildo Gonçalves, da Patrulha Maria da Penha e um dos palestrantes do evento, o projeto visa demonstrar de maneira ampla para a sociedade que a operação vai continuar e será expandida, em 2025, em Paranaguá, Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba.

“Esses municípios também serão contemplados esse ano. Então a gente vai expandir os serviços de atendimento a vítimas de violência doméstica e fazer todo esse trabalho não só de atendimento a elas, exclusivos, individuais, mas também expandindo as nossas palestras preventivas, que a gente fala com o público feminino, masculino e nas escolas também. É um trabalho preventivo bem bacana que vai ser expandido”, explicou o sargento Adenildo.

Para o Tenente-coronel, Luciano José Ribeiro Romão, comandante do 9.º BPM, o programa é uma continuidade de uma operação que foi positiva com relação aos atendimentos a mulheres em situações de risco e vítimas de violência. Segundo ele, a Polícia Militar vem somando esforços com outras instituições no sentido de levar segurança, de aplicar a lei quando é preciso, salvaguardar vidas e restabelecer a ordem.

“Nesse tocante, a Polícia Militar vem fazendo visitas, vem prendendo pessoas quando descumprem as medidas protetivas de afastamento e no final, a gente espera sempre somar com a sociedade, com o Ministério Público, com a Polícia Civil, com todas as demais instituições, no sentido de levar alento, segurança, carinho, respeito e dignidade a todas as mulheres, principalmente aquelas que são submetidas a uma situação de constrangimento, violência e de opressão”, afirmou o coronel Romão.

O Juiz de Direito da 1.ª Vara Criminal da Comarca de Paranaguá, Dr. Leonardo Marcelo Mounic Lago, também palestrante na ocasião, frisou que se sente honrado em participar do evento para tratar do assunto de violência doméstica e familiar contra a mulher.

“É importante saber que o Conselho da Mulher Empreendedora da Cultura aqui de Paranaguá voltou sua atenção para esse tema, que é muito importante, e que afeta todas as mulheres, independentemente de classe social, independentemente de renda, origem. Então, estamos aqui para transmitir algumas palavras a respeito da legislação vigente nesse assunto. Claro, permitindo aqui que eu possa ocupar um lugar de fala que, na verdade, é das mulheres e elas merecem esse respeito, mas contribuí com aquilo que eu puder trazer do nosso trabalho na primeira vara criminal a respeito desse tema”, frisou Leonardo.

Para o presidente da Aciap, Eloir Martins, participar de eventos como este é sempre muito importante e a Aciap não poderia ficar de fora.

“É sempre muito importante a ACIAP participar dos assuntos relevantes da nossa sociedade e não poderia ficar fora de um assunto tão palpitante e tão cruel como esse, que é a defesa da mulher, segurança e defesa da mulher. Estamos todos felizes e vai ser uma noite muito legal e muito produtiva. Tenho certeza absoluta que outros eventos virão”, frisou Eloir.

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