MST volta a protestar no Incra de Marabá por regularização de terras

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) das cidades de Parauapebas e Marabá estão reunidos na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em forma de manifestação para discutir pautas já apresentadas anteriormente às autoridades, mas que, segundo os participantes, ainda não receberam respostas concretas. O encontro reúne representantes de diversas regiões do Estado, incluindo Canaã dos Carajás. A manifestação teve início ontem, segunda-feira (31), e se estende até a tarde de hoje, terça-feira 1º de abril.

Em conversa com o Correio de Carajás, Viviane Brígida, coordenadora estadual do MST, explica que o movimento está retomando negociações com órgãos do governo e a mineradora Vale após uma trégua de três meses. “Nós estamos aqui desde ontem, com mais de 300 trabalhadores. Estamos numa pauta de retomada e negociação”, diz a coordenadora.

Viviane Brígida, coordenadora no MST, diz que a ação faz parte da retomada de negociações junto aos órgãos responsáveis

O diálogo ocorre com a Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o Governo Federal, a Vale e representantes do governo estadual. A trégua mencionada por Viviane foi estabelecida após a ocupação da Estrada de Ferro Carajás pelo MST, em dezembro do ano passado. Na época, a mobilização resultou em uma reunião conjunta no dia 6 de dezembro com a participação de representantes da mineradora e do governo.

REIVINDICAÇÕES DO MOVIMENTO

Entre as principais reivindicações do movimento estão a infraestrutura para assentamentos, acesso a crédito e subsídios para as famílias assentadas, além da regularização fundiária para duas áreas onde vivem cerca de 10 mil famílias: o Acampamento Terra e Liberdade, em Parauapebas, e o Acampamento Oziel Alves, em Canaã dos Carajás.

Além disso, Viviane destacou que o MST cobra avanços na construção de escolas em assentamentos, habitação, crédito e fomento junto ao Incra, incluindo a criação de escolas no assentamento Palmares e outra no Acampamento Terra e Liberdade. “Esse é um conjunto de pautas que vão desde infraestrutura, educação, produção que foram discutidos com a Vale, Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, além do município e governo do Estado”, explica Viviane.

Segundo ela, os integrantes do movimento esperavam respostas até o dia 31 de março, prazo estabelecido na última reunião com os órgãos responsáveis. Como as negociações ainda não foram concluídas, os debates continuam em Marabá. “Ontem não conseguimos finalizar a pauta, hoje vamos retomar a reunião. Só sairemos após uma resposta concreta”, afirma Viviane.

Procurado, o Incra informou, por meio de sua assessoria, que “as pautas do movimento foram apresentadas e as tratativas estão em andamento” e que não há previsão de desocupação.
Leia a nota na íntegra:

“Não há muito pra repassar nesse momento. As pautas do movimento foram apresentadas e as tratativas estão em andamento. Ainda não há previsão para desocupação.
As demandas prioritárias do movimento são a regularização das áreas onde estão os acampamentos Terra e Liberdade, em Parauapebas e Oziel Pereira, em Canaã dos Carajás”.

JORNADA NACIONAL

O encontro também marca o início da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, realizada anualmente pelo MST até o dia 17 de abril, em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996. “Tudo isso está incluso em um conjunto de ações que o movimento realizará em todo o mês de abril”, relembra Viviane.

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