Discriminação contra autistas pode passar a ter crime específico

O Projeto de Lei 4426/24 define penas específicas para crimes de discriminação e violência praticados contra pessoas com transtorno do espetro autista (TEA). A Câmara dos Deputados analisa a proposta.

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Pelo texto, são crimes contra pessoas com TEA:-praticar, induzir ou incitar por qualquer meio, inclusive internet, discriminação ou preconceito contra pessoa autista (reclusão de 2 a 5 anos e multa);-injuriar em razão da condição, por qualquer meio, inclusive internet (reclusão de 1 a 3 anos e multa);-difamar ou caluniar em razão da condição, por qualquer meio, inclusive internet (reclusão de 2 a 4 anos e multa);-ameaçar em razão da condição, por qualquer meio, inclusive internet (reclusão de 1 a 4 anos e multa);-divulgar informações, imagens ou vídeos que exponham a situação vexatória ou constrangedora (reclusão de 2 a 5 anos e multa);-impedir ou dificultar o acesso a serviços, informações ou recursos digitais.(reclusão de 1 a 3 anos e multa);-criar ou participar de grupos online que promovam ódio, discriminação ou violência (reclusão de 2 a 4 anos e multa).Aumento de penaSegundo o projeto, as penas serão aumentadas de um terço até a metade se o crime for cometido:-por duas ou mais pessoas;-com emprego de violência ou grave ameaça;-contra criança ou adolescente autista;-por intermédio de meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza;-por influenciadores digitais.“O combate à violência contra pessoas autistas caminha de mãos dadas com a luta pelo cuidado à saúde mental, haja vista que esses atos influenciam diretamente a vítima, tendo como principais consequências a baixa autoestima, dificuldades de convívio social, isolamento e até intenções suicidas”, argumenta o autor, deputado Amom Mandel (Cidadania-AM).O projeto também inclui a definição de crimes de preconceito e discriminação contra autistas na Lei do Racismo e na Lei Brasileira de Inclusão.Próximas etapasA proposta será analisada pelas comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, será analisada pelo Plenário.Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.

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