Ficção e realidade

Hoje é dia de passeata, saindo às 14h30 da Praça da Piedade rumo ao Campo da Pólvora, a 6ª Marcha do Silêncio, tendo como tema “1964: ainda estamos aqui”, referindo filme vencedor do Prêmio Oscar.O povo nas ruas é o “fiel da balança”, expressão relacionada ao meio com o qual se confirma, nas feiras livres, o peso de um produto; em metáfora, diz-se de algo de decisiva importância histórica.1964, mais precisamente o dia 1º de abril, foi a data triste da ruptura institucional, quando o Brasil regrediu de um contexto no qual as reformas sociais no campo e na cidade foram esmagadas pelos coturnos.O argumento falacioso de estarem os golpistas protegendo, e não atacando a democracia, persuadiu parte da população de viés conservador, insuflada por aparelhos ideológicos das elites.Na tarde de hoje, a recente vitória no cinema, com a conquista do filme “Ainda estou aqui”, mostra o quanto ficção e realidade podem entender-se, criando, por relação, um terceiro ambiente em infusão.O tema volta à baila pela tentativa de recaída articulada por atuais réus, pulhas, herdeiros de sequestradores, torturadores e assassinos, saudosos do pau de arara e da “cadeira do dragão”.O encontro servirá para manifestar em coro a vontade de não conceder um milímetro a quem urdiu a abolição violenta do Estado Democrático e de Direito, com a trama adicional de assassinato de autoridades.Teriam sido mortos pelos soldados da confiança dos subversivos, se não fosse o plano descoberto pela briosa Polícia Federal; alegam os advogados dos insanos não ter ocorrido qualquer golpe, como de fato.Não haveria julgamento, caso as instituições fossem golpeadas, por óbvio; na condição necessária de “sem anistia”, deverão ser julgados pela odiosa trama o mentor, Jair Bolsonaro, e seus aliados.
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