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Mais de 500 milhões de pessoas se infectam todos os anos ao redor do mundo com o vírus influenza. Destas, entre 290 mil e 650 mil morrem, segundo estimativas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão do governo americano, e da OMS. Mas o vírus influenza também podem desencadear pandemias devastadoras. O passado é testemunha disso: a gripe espanhola (1918-1919), causada pelo H1N1, levou à morte de 50 milhões de pessoas; já a gripe de Hong Kong (1957-1958), causada pelo vírus H3N2, custou um número estimado entre um milhão e dois milhões de vidas.Agora, o mundo tem a chegada do H5N1, a variação da Influenza que é também conhecida como gripe aviária e atinge aves, sobretudo, nos Estados Unidos. O grande temor está relacionado à possibilidade de transmissão para seres humanos, gerando consequências como pneumonia grave, falência respiratória e até mesmo óbio. A atual disseminação do vírus desperta preocupação, devido ao seu potencial patogênico e de transmissibilidade, como explica o médico infectologista Adriano Oliveira.“A gente está aí na beira aí de ter uma pandemia com o vírus H5N1, que é a Influenza que já assola os Estados Unidos. Esse vírus está se aproximando cada vez mais do ser humano. A gente tem possibilidades concretas de ter uma nova pandemia motivada pelo H5N1. Mas já estamos monitorando e, diferente da Covid-19, estamos lidando com algo que já temos um norte por onde caminhar. Por isso, se acontecer uma pandemia provocada pela Influenza, a gente já sabe que medicação usar, o que é que ele faz… Não vai ser uma novidade absoluta, acredito eu. Mas claro que pode ir se agravando, assim como o coronavirus, que, mesmo sendo também um vírus já conhecido, foram as mutações dele que provocaram uma alta letalidade e que fez com que as coisas saíssem de controle”, pontuou em entrevista ao Portal A TARDE.
| Foto: Divulgação
Cuidado redobrado Enquanto não dá para prever quando será a nova pademia, médicos e especialistas afirmam que o melhor caminho é pegar os aprendizados vividos e se preparar. Cuidados básicos, por exemplo, não devem ser negligênciados. “Tivemos muitos apredizados nesses cinco anos. A grande capacidade do vírus de matar tantas pessoas foi o fato de ninguém ter nenhum tipo de imunidade cruzada, porque nós não tivemos sequer contato com aquele primeiro Sars-Cov e nem com o Mers. Quem teve contat lá no Oriente Média no passado, respondeu um pouco melhor do que a gente, que nunca tivemos nenhum contato. Então o corpo que não tem nenhum tipo de resposta, nem mesmo a memória de uma outra doença muito parecida, ele vai sofrer mais. Hoje já sabemos que isso influencia. Já sabemos como tratar e os cuidados necessários. Então foi um aprendizado a ‘duras penas’, mas um aprendizado”, afirmou a infectologista da Secretaria Municipal de Salvador, Adielma Nizalara.Além disso, Adielma ressalta a importância de diagnosticar precocemente e evitar cair em notícias falsas, uma dos maiores problemas na pandemia, segundo a infectologista. “Ficaram muitos aprendizados. E um deles é você conseguir diagnosticar precocemente. Nós tivemos uma demora na comunicação deque nós estávamos diante de um vírus novo. E isso talvez tenha causado a disseminação muito mais rápida, porque nós poderíamos em algum momento no início da pandemia lá em Londres, ter sido comunicado. Os vírus surgem todos os dias, então inicialmente se achou que era apenas mais um vírus, até que se viu a gravidade do caso e uma pandemia já chegando. Aí fomos aprendendo como lidar e todos os cuidados necessários”, disse. Ainda de acordo com a infectologista, “é esse legado de aprendizado que tem que ser levado com a pandemia, porque senão nós vamos sofrer tudo de novo na próxima. E a próxima vai acontecer. Então a gente tem que estar atentos e vigiar. Qualquer sinal de anormalidade, sinalizar aos órgãos nacionais e trazer a população para perto”, sinalizou.