Levante Feminista contra o Feminicídio Bahia promove encontro no CEAO-UFBA

A campanha Levante Feminista Contra o Feminicídio, o Lesbocídio e o Transfeminicídio completou 4 anos no dia 25 de março e está organizada em 20 estados brasileiros.
Na Bahia, onde surgiu, a ação agrega organizações de mulheres em torno de uma agenda feminista de ações contra as violências de gênero com destaque para o combate ao feminicídio. Para planejar as atividades em 2025 a campanha promoveu um encontro no CEAO-UFBA, em Salvador, que contou com a participação do Instituto Odara, Coletivo de Mulheres do Calafate, Tamojuntas, Casa Marielle Franco, Coletivo Mahin, Rede de enfrentamento à violência contra as mulheres, GT Fem e Associação Papo de Mulher.

Crédito das fotos: Claudia Correia

No encontro, que aconteceu no último sábado, 29, os assuntos debatidos foram : os casos de assédio e violência contra mulheres na Estação da Lapa e nos Campi da UFBa, a precarização dos serviços que atendem as mulheres, a cobertura jornalística sensacionalista dos crimes contra as mulheres, a lentidão no julgamento dos casos de feminicídio, o planejamento para realização de atos públicos e edição de material informativo.

A assistente social Tânia Nogueira da Associação Papo de Mulher propôs a maior adesão de outros coletivos feministas e criticou as penas amenas nos processos judiciais contra os agressores. Ativista do GT Fem e do Coletivo Mahin , Tânia Palma defendeu a integração das políticas públicas. “A medida protetiva não é a única forma de garantir a vida das mulheres, precisamos assegurar autonomia e direitos à saúde, educação, transporte, trabalho, habitação, assistência social e outros. Em Salvador pouco se faz pela prevenção à violência. Precisamos fazer atos de incidência política nas ruas e preparar propostas para as conferências das mulheres que serão promovidas “, afirmou.

Nos debates foram criticados os serviços públicos oferecidos para as mulheres e a falta de transparência sobre os recursos disponíveis e os dados estatísticos sobre o feminicídio na Bahia. A advogada feminista Laina Crisóstomo, da Tamojuntas, fez um histórico do desaparecimento há 6 meses de Tainara dos Santos, em Cachoeira, Recôncavo Baiano, em cujo inquérito ela atua como assistente de acusação de George da Silva, ex companheiro da vítima, suspeito de feminicídio e outros crimes como extorsão , descumprimento de medida protetiva e ameaças.

Para pressionar que o caso seja julgado com agilidade as organizações feministas estão planejando um Ato por Justiça para Tainara dos Santos, dia 9 de abril , as 9h, na frente da Câmara Municipal de Cachoeira. Na Bahia, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública, entre janeiro e dezembro de 2024 foram registrados 106 casos de femicídios. O Ligue 180, dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no país,recebeu até julho de 2024 , 84,3 mil denúncias, volume que equivale a um aumento de 33,5% em relação ao mesmo período em 2023. Na Bahia, em 2024, a Central registrou 5.777 denúncias — um aumento de 27,33% em relação ao mesmo período do ano passado.

O post Levante Feminista contra o Feminicídio Bahia promove encontro no CEAO-UFBA apareceu primeiro em ANF – Agência de Notícias das Favelas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.