Bárbara Carine ministra palestra sobre Raça, Gênero e Interseccionalidade

Aconteceu neste sábado (29), a palestra “Raça, gênero e interseccionalidade na obra de Bárbara Carine”, que além de escritora, é pesquisadora e professora, e popularmente conhecida nas redes digitais como: @uma_intelectual_diferentona. O evento foi realizado na Caixa Cultural, localizada no bairro do Recife Antigo.

No encontro, Bárbara Carine abordou temas relacionados ao racismo estrutural dentro da perspectiva social de raça, dialogando com a questão de gênero em perspectiva interseccional, como a noção de raça nas perspectivas biologica, antropológica, sociológica e sob o conceito filosófico da ontologia. “A escravização ontológica afirma que você é escravo porque você não é gente”, explicou.

A professora também debateu sobre o processo de desumanização da pessoa negra e a universalização da história única do colonizador, dentre outros assuntos que atravessam os estudos sobre raça, gênero e interseccionalidade. Apontando os caminhos da Afrocentricidade como mecanismo positivador da narrativa historiográfica a parir vivência negra.

“A afrocentricidade é virar as costas para o ocidente e dizer quem somos a partir de nossa ancestralidade”, decretou.
Uma intelectual diferentona

Perfil
 
Bárbara Carine Soares Pinheiro é uma figura proeminente no campo da educação e na luta antirracista no Brasil. Nascida em Salvador, Bahia. Graduada em Química e Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), ela seguiu uma trajetória acadêmica, culminando seu mestrado e doutorado em Ensino de Química pelo prestigiado programa de pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da UFBA/UEFS.
 
Bárbara é uma das fundadoras da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, a primeira instituição de ensino afro-brasileira registrada pelo Ministério da Educação. A escola é um marco no sistema educacional brasileiro, oferecendo um currículo trilíngue (Português, Inglês e Libras) e focado na valorização da identidade negra. Sua criação foi motivada pela necessidade de proporcionar à sua filha e a outras crianças negras uma educação que abraçasse suas raízes e fortalecesse suas identidades, distante do eurocentrismo dominante nas escolas tradicionais.
 
Além de sua atuação como professora adjunta na UFBA e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Diversidade e Criticidade nas Ciências Naturais (DICCINA), Bárbara é uma voz poderosa na luta contra o racismo estrutural. Autora de dez livros, incluindo “Descolonizando Saberes: mulheres negras na ciência”, finalista do Prêmio Jabuti 2021 e “História preta das coisas: 50 invenções científico-tecnológicas de pessoas negras”, finalista do Prêmio Jabuti 2022, ela utiliza sua escrita para promover o letramento racial e incentivar a conscientização sobre a importância da ancestralidade e da diversidade no ensino de ciências. Em 2024, sua obra “Como ser um educador antirracista: Para familiares e professores” foi vencedor do Prêmio Jabuti na categoria educação.

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