“Hoje se vota por ódio ou paixão. O eleitor deixou de pensar por si”, critica Agripino

Para José Agripino Maia, o eleitorado brasileiro deixou de votar por convicção e passou a agir por influência cega de lideranças políticas. “As pessoas não pensam mais por si mesmas, seguem cegamente o que um líder diz. Votam por paixão ou por ódio, não pelo que acreditam”, afirmou.

Segundo ele, o cenário político atual é dominado por radicalismo e fanatismo. “Antigamente, o eleitor olhava para o que queria para si, para sua família, para o seu futuro. Hoje é só disputa entre A e B, sem reflexão”. Contou que é percepção recorrente nas conversas que tem com pessoas em locais públicos. “O que mais escuto é: que saudade do tempo em que a gente votava com vontade, não por imposição ou revolta”.

A crítica se estende à forma como as pessoas se posicionam nas redes sociais e nas ruas, muitas vezes reprovando projetos ou obras benéficas apenas porque partem de adversários ideológicos. “Nunca vi gente se opor a algo que vai beneficiá-la, só porque foi feito por alguém que ela não apoia. Virou um comportamento enlouquecido”.

A visão do ex-governador aponta para um esvaziamento do debate político racional e um endurecimento das posições partidárias. Para ele, essa polarização é danosa tanto para a democracia quanto para a capacidade do país de avançar com projetos de interesse comum. “O eleitor precisa voltar a pensar por si. Enquanto isso não acontecer, vamos continuar nessa espiral de ódio e paralisia”, concluiu.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.