Homicídio no Aeroporto: investigações apontam que vítima não foi colocada dentro de porta-malas

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Ao contrário do que se acreditava até o momento, Sebastião Felipe Ladeira, de 37 anos, morto no Bairro Aeroporto, na Cidade Alta, na madrugada do último domingo (23), não teria sido colocado dentro de um porta-malas. Atualizações sobre o caso foram reveladas à Tribuna pela delegada Camila Miller, da Delegacia Especializada de Investigação de Homicídios em Juiz de Fora, na manhã desta sexta-feira (28), após novas investigações. 

A versão inicial, registrada no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), teve, portanto, algumas alterações desde que o caso começou a ser investigado. A delegada responsável pelo caso, desde o início das investigações, havia destacado que trabalhava com todas as hipóteses e que a linha temporal do crime ocorrido na madrugada de domingo ainda estava sendo traçada.

Segundo a titular, vídeos gravados por testemunhas e divulgados nas redes sociais, poderiam levar a crer que a vítima teria sido colocada dentro do porta-malas de um carro, versão corroborada pelo registro da Polícia Militar da cena do crime. Contudo, as atualizações apontam que Sebastião Felipe não teria sido retirado do carro e sequer entrado no veículo – a contragosto dos suspeitos que supostamente teriam tentado fazer isso.

“O rapaz não foi enfiado no porta-malas, o carro chega depois”, explica a delegada, a partir do que já foi esclarecido até o momento. “Aquele vídeo (que circulou nas redes sociais) mostra que ele foi alcançado a pé depois de sair correndo, e o carro branco chega. Nesse momento, eles (os suspeitos) abrem o porta-malas, até tentam colocar o Sebastião no veículo, mas isso não acontece”, explica. 

Após não conseguirem colocar a vítima no carro, o homem passa a ser incessantemente agredido – mas, ainda, não se pode afirmar se na sequência ele teria sido ou não atropelado, conforme a delegada. O fato é que Sebastião perde a vida no local, na Rua Otávio Fernandes Coelho, onde foi constatado o óbito pelo Samu momentos depois.

A investigações também apontam outra mudança em relação ao registro do dia do crime. Segundo a delegada, na ocasião, clientes não teriam sido impedidos de sair da boate Madeira’s Lounge, onde teve início a confusão que culminou no homicídio.

Apesar de o portão do local ter sido fechado, a entrada não teria sido cerrada.  “A casa não teve os portões cerrados no momento da confusão, impedindo alguém de sair e entrar. Um dos funcionários verifica o tumulto e fecha o portão, enquanto outro funcionário vai pra lá (entrada) e pessoas continuam entrando e saindo. Na imagem fica nítido que não aconteceu. Inclusive um amigo do Felipe sai e volta, enquanto a namorada dele estava do lado de fora”, cita.

 

Hipótese de crime premeditado foi descartada

O número de suspeitos, antes indicados como oito, agora subiu para dez. Até a tarde desta sexta-feira, oito haviam se apresentado à Polícia. Segundo a delegada, o trabalho da investigação também é o de eliminar hipóteses, e uma das que já foram descartadas é a de que o crime teria sido premeditado e que envolva a ex-companheira de Sebastião Felipe com quem ele tem um filho. A mulher foi ouvida em depoimento durante a manhã desta sexta. 

Ainda segundo a delegada, o médico legista ainda vai esclarecer determinados pontos aos investigadores, que devem apurar se houve ou não o atropelamento de Sebastião. Enquanto isso, os oito suspeitos já identificados aguardam a condução do inquérito no sistema prisional de Juiz de Fora. 

Na quinta-feira (27), os cinco primeiros presos do caso tiveram a prisão preventiva decretada como resultado da audiência de custódia que aconteceu na tarde da segunda. Posteriormente, outro mandado de prisão foi cumprido, e outros dois supostos envolvidos se apresentaram na delegacia. Do outro lado, a família continua se manifestando à procura de justiça. 

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