Plano diretor destrava mercado imobiliário em Natal; déficit chega a 100 mil casas

O novo plano diretor de Natal já permitiu a aprovação de mais de 70 projetos imobiliários desde sua revisão, com potencial para expandir o mercado em 50% até 2025. Os dados foram apresentados pelos engenheiros Silvio Bezerra (diretor-presidente da Ecosil) e Gustavo Pinheiro (2A Construções) nesta quarta-feira 26, à Jovem Pan Natal.

Segundo Sílvio, “o déficit habitacional do RN chega a mais de 100 mil unidades. A gente não consegue produzir nem o crescimento anual desse déficit. O censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que Natal perdeu 50 mil habitantes, e Parnamirim ganhou esses 50 mil. Por quê? Porque o plano diretor antigo não permitia construir o que a população demandava”.  

Gustavo apontou a verticalização como solução para otimizar a infraestrutura existente. “A cidade mais vertical tem uma vantagem: você não expande ela tendo que desmatar novas áreas para ocupar. Se há uma coisa inteligente nessa história do Plano Diretor é fomentar a verticalização da cidade para se concentrar gente morando em áreas que já tenham infraestrutura disponibilizada”

A burocracia nos licenciamentos foi alvo de duras críticas. “A gente precisa mudar o modus operandi de licenciar um projeto aqui. Em Fortaleza, você aperta um botão e em minutos sai a autorização. Por quê? Porque lá é por declaração: você assume que está dentro da lei e é fiscalizado depois. Aqui, na melhor hipótese, leva seis meses a um ano”, comparou Sílvio.

Para Gustavo, a capital deve “copiar o que deu certo”. “Em Fortaleza, a pujança do mercado imobiliário lá se deve à velocidade do licenciamento. É só dez anos atrás, o maior mercado do Nordeste era Salvador; hoje é Fortaleza, e João Pessoa ultrapassou Natal. Precisamos entender o que eles fizeram e a gente não fez”

Os preços em Natal foram outro destaque. “Nosso metro quadrado de luxo a R$14 mil é metade do valor de Recife e um terço de Miami”, afirmou Gustavo. Por sua vez, Sílvio fez um alerta: “Quem não comprar agora vai se arrepender. Quando os juros caírem e os projetos avançarem, esses valores vão disparar”.

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