Assembleia aprova projeto que reconhece São José de Mipibu como a “Terra dos Engenhos”

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou, no dia 18 de março, o projeto de lei que reconhece o município de São José de Mipibu como ‘Terra dos Engenhos’. A deputada Cristiane Dantas (SDD), autora da iniciativa, justifica a homenagem à cidade por sua rica história ligada à economia da cana-de-açúcar e aos engenhos que marcaram o Brasil Imperial.

Em sua justificativa, a deputada ressalta que a cidade preserva ainda um conjunto arquitetônico que remonta a essa época de opulência dos senhores de engenho, cuja riqueza refletia no poder econômico da região. “Quem visita a cidade de São José do Mipibu tem o privilégio de conhecer um pouco da história, riqueza e cultura de uma época em que a economia da cana de açúcar e os engenhos dos barões representavam o Brasil Imperial. Percorrendo as ruas da cidade, praticamente fazemos um passeio pelo passado”, ressaltou.

De acordo com a deputada, o título se justifica porque, em 1845, o município contava com mais de 30 engenhos em funcionamento, entre eles, o Boa Vista, Olho D’Água, Lagoa do Fumo (que era do Barão de Mipibu), Pituba, da Bica, Mipibu, Santo Antônio, Belém, entre outros.

“Agradeço aos colegas pela concordância unânime desta matéria, a qual recebi como sugestão do amigo de São José de Mipibu, o jornalista Zé Alves. Agora São José e toda população mipibuense terá mais um título para marcar sua história e se orgulhar”, disse Cristiane.

História

Mipibu é uma palavra de origem Tupi que significa surgir subitamente. Nos idos de 1630, o aldeamento existente no território, de nome Mopebu, era o maior e mais populoso entre as seis aldeias da Capitania do Rio Grande do Norte. No relatório do bragantino Adriano Wedouche constava que “existiam na capitania cinco ou seis aldeias que reunidas podiam contar de 700 a 750 índios flecheiros e que a principal flecha era chamada de Mopebu”.

Os primeiros habitantes da região foram índios Tupis, que se localizaram nas proximidades do rio Mipibu, que recebeu esse nome por surgir de repente na famosa Fonte da Bica e percorrer por quatro quilômetros, até desaguar no rio Trairi.

Em adiantado processo de organização e sinais de povoação, o aldeamento passou a ser coordenado pelos frades Capuchinhos, no final do século XVII, até o ano de 1762, quando foi instalada a vila de São José do Rio Grande do Norte. Nesse período, com a saída dos Capuchinhos a coordenação dos destinos da comunidade foi assumida pelos próprios nativos.

A criação do município foi através do alvará de 3 de maio de 1758, instalado em 22 de fevereiro de 1762, com procedimento de Vila de São José do Rio Grande, numa homenagem conjunta a São José e ao príncipe D. José Francisco Xavier. Em 16 de outubro de 1845, a vila de São José do Rio Grande foi elevada à categoria de cidade, passando a se chamar cidade de Mipibu. Passados dez anos a cidade recebeu o nome de São José de Mipibu, numa união entre a religiosidade e o famoso rio.

No século XVIII, a região destacou-se pela proliferação de engenhos de açúcar. Hoje, São José de Mipibu preserva seu patrimônio histórico, evidenciado pela imponência da Igreja Matriz e pelos casarões centenários que adornam o centro da cidade.

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