Uma consumidora resolveu processar Rodrigo Faro após alegar ter caído em um suposto golpe causado por uma empresa cujo apresentador trabalhou em publicidades. O caso está em tramitação no Foro Regional de Itaquera, no Tribunal de Justiça de São Paulo. Na ação, a mulher pede uma indenização de R$ 59.520,62.
A advogada que a representa, Nathália Dutra Braz da Silva, explica que a imagem de Rodrigo Faro foi o que deu confiança à mulher para fechar negócio com a empresa Triê Soluções Financeiras. Para a defesa do apresentador, porém, não há relação entre Faro enquanto ator da ação publicitária e a conduta da empresa.
O serviço contratado em questão foi o de renegociação do financiamento de um veículo que a mulher tinha, com juros mais baixos do que o que ele pagava. “A empresa falou o seguinte: ‘olha, você vai parar de pagar o financiamento e começa a pagar esse boleto aqui’. E deu um boleto para ela pagar. Que esse boleto já é as parcelas sem os juros abusivos do seu veículo e tal”, conta a advogada Nathália.
No entanto, tempos depois, apareceu um oficial de justiça em seu local de trabalho informando que teria que apreender o veículo em razão do não pagamento das parcelas de financiamento. O carro da mulher foi tomado e, segundo a advogada, a empresa de refinanciamento não deu nenhuma justificativa ou auxílio para a recuperação do veículo.
“A gente percebeu que, na verdade, a Triê nunca pagou valor nenhum para o banco e o banco, obviamente, entrou com a ação de busca e apreensão contra ela, para busca do carro”, explica a defesa da mulher. Para recuperar o veículo, ela teve que pagar o restante que faltava do financiamento, cerca de R$ 36 mil.
A advogada Nathália Dutra optou então por processar não só a empresa Triê Soluções Financeiras, como o apresentador Rodrigo Faro. Ela considera que ele tem responsabilidade sobre a situação, por ser garoto propaganda fixo da marca. A imagem de Faro, inclusive, está na foto de perfil do contato de vendas da empresa no WhatsApp, além de em outros materiais.
Já o advogado Marcos Vinicios Oliveira, que representa Rodrigo Faro, considera a citação do apresentador ilógica. “Do ponto de vista jurídico, é zero a responsabilidade dele, porque ele não é dono da empresa, ele não fez absolutamente nada de errado”, afirma.
“Qualquer artista que faz publicidade de alguma empresa, se essa empresa comete qualquer equilíbrio, qualquer deslize, você imagina o que acontece com a vida do artista. O artista deve ficar doido, aí ninguém faz publicidade mais pra ninguém”, defende. Sobre o caso, Oliveira diz que Faro ainda não foi citado no processo, mas, quando for, irá realizar a defesa dele.
De acordo com a advogada da solicitante, a Triê Soluções Financeiras chegou a oferecer R$ 3 mil em um acordo para que o caso fosse encerrado, mas o valor estaria muito abaixo do despendido pela mulher. Procrada pelo Terra, a empresa se pronunciou sobre o assunto e declarou que “a cliente deixou de cumprir obrigações previstas em contrato, o que ocasionou a apreensão do veículo.”
“A Triê Soluções Financeiras reafirma seu compromisso com a transparência no atendimento e o cumprimento das obrigações contratuais. Já ajudamos milhares de brasileiros a reduzirem dívidas de forma legal, sem jamais nos envolvermos em polêmicas ou práticas irregulares”, diz o comunicado.
A empresa também declarou que Rodrigo Faro atua apenas como garoto-propaganda, sem participação nas operações da empresa, e afirmou que “sempre utilizou mídia aberta nas maiores emissoras do país, prezando pela credibilidade e confiança”.
O contato da empresa em questão não foi localizado, mas a reportagem deixa o espaço aberto para eventuais pronunciamentos.
