Unifesspa, UFPA e UFOPA vão estudar mudanças climáticas na Amazônia

Com o objetivo de compreender as ações que estão sendo adotadas para o enfrentamento das mudanças climáticas, o projeto “Políticas Públicas de Mitigação e Adaptação Climática na Amazônia Oriental Brasileira a partir da Bioeconomia” investiga iniciativas implementadas nos principais municípios do estado do Pará.

Coordenado pelo professor Daniel Nogueira, do Instituto de Estudos em Desenvolvimento Agrário e Regional (IEDAR) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto busca identificar estratégias eficazes para promover o desenvolvimento sustentável da região.

Nos últimos anos, o debate sobre mudanças climáticas tem ganhado cada vez mais destaque na sociedade brasileira. Em 2025, esse tema se torna ainda mais central com a realização da 30ª edição da Conferência das Partes (COP30), um evento da Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com o Governo Federal.

Pela primeira vez sediada na Amazônia, a conferência acontecerá em Belém, a capital mais populosa da Amazônia Oriental, reunindo líderes mundiais para definir os rumos do planeta em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

A partir disso, de acordo com a coordenação do projeto, o objetivo é “pensar sobre como as mudanças climáticas têm afetado a nossa região e, especialmente, quais as políticas públicas que estão sendo ou que podem ser adotadas para tentar reduzir esses efeitos e esses impactos, que são sentidos nas cidades, no campo, na produção e no cotidiano das pessoas. O principal objetivo desse projeto é, portanto, avaliar as políticas que estão sendo adotadas para reduzir os efeitos climáticos e pensar alternativas para o nosso estado e municípios”, explica o professor Daniel Nogueira.

O projeto, que tem duração de três anos, foi assinado em janeiro deste ano, e já começou a realizar algumas atividades. Dentre elas, a formação político pedagógica dos bolsistas, o mapeamento das cidades que farão parte da pesquisa e o cronograma de ações e atividades de campo a serem realizadas ainda neste ano de 2025. A pesquisa busca entender como as políticas ambientais já implementadas estão impactando a Amazônia Oriental, mapeando as cadeias produtivas da bioeconomia e identificando desafios e oportunidades para fortalecer ações de adaptação climática.

Além disso, o projeto pretende aproximar a Universidade, comunidades locais e gestores públicos, promovendo soluções que conciliem a preservação ambiental com o desenvolvimento socioeconômico da região. Iniciado em dezembro de 2024, com a seleção de bolsistas e equipe técnica, o estudo analisará os efeitos das mudanças climáticas a partir da visão de gestores públicos, em especial, as secretarias de meio ambiente e agricultura.

Mas o foco não será apenas nos dados oficiais: a pesquisa irá a campo para ouvir as histórias e experiências das comunidades, tanto rurais quanto urbanas, buscando compreender de perto os desafios e as soluções que emergem do cotidiano de quem vive e protege a floresta. Com duração de três anos, o projeto reúne outras duas instituições federais: a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), para discutir bioeconomia, mudanças climáticas e políticas públicas na Amazônia.

Para o professor Diego Rodrigues, diretor-geral do IEDAR, a presença de uma pesquisa desse nível dentro do instituto, envolvendo alunos e professores é de fundamental importância para a construção de uma universidade de referência na região. “Atualmente não é possível se pensar o desenvolvimento agrário e regional sem discutir adaptação climática. Neste contexto, o projeto tem um papel extremamente relevante, não somente porque dialoga com a comunidade, mas também por investigar as políticas públicas e os caminhos para o enfrentamento desse desafio que uma universidade relevante e socialmente referenciada precisa tomar para si”.

Em um momento em que os efeitos das mudanças climáticas se tornam cada vez mais visíveis e impactam diretamente a vida das populações amazônicas, iniciativas como essa ganham uma importância ainda maior. Mais do que um estudo acadêmico, o projeto se propõe a ser uma ponte entre a ciência, as comunidades e os gestores públicos, buscando soluções concretas para um problema que afeta a todos. Em meio aos desafios da adaptação climática e da preservação ambiental, a pesquisa reforça a necessidade de um desenvolvimento sustentável baseado na bioeconomia, respeitando os saberes tradicionais e fortalecendo políticas públicas que garantam um futuro mais equilibrado para a Amazônia e seus povos.

(Fonte: Unifesspa)

O post Unifesspa, UFPA e UFOPA vão estudar mudanças climáticas na Amazônia apareceu primeiro em Correio de Carajás.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.