Debates sobre potência energética da Bahia marcam evento internacional

Se inicia nesta terça-feira, 25, a primeira edição do International Brazil Energy Meeting (iBEM 25), evento internacional que reúne, durante três dias, as principais entidades e representantes do setor de energia da Bahia, do Brasil e de ao menos 20 países. O encontro está sendo realizado no Centro de Convenções de Salvador até o dia 27 de março e debate entre as principais pautas do setor energético, o potencial energético do Estado.“O iBEM se destaca pelo caráter de discussão onde independente de sua bandeira ou da sua fonte, tenha a capacidade de interagir com diversos setores da sociedades. Considerando que é preciso discutir a transição energética, principalmente sobre como cada um pode contribuir e os principais impactos diante desse processo. A energia sendo pautada desta forma de fato é um avanço que isso proporciona para o país e traz a Salvador o palco para receber as principais associações e delegações mundiais”, explica Rafael Valverde, organizador do evento e representante da Eolus Sowitec.

Rafael Valverde, organizador do evento

|  Foto: José Simões / Ag. A TARDE

Com uma estimativa de atrair 6 mil visitantes, o iBEM 25 vai reunir, além de expositores nacionais, representantes de, pelo menos, 20 países, alguns deles com delegações empresariais ou governamentais.No evento haverá vários espaços para palestras e atividades específicas, como duas plenárias, a arena ESG (espaço dedicado à discussão de temas ambientais, sociais e governança) arenas de inovação, comercial e de investimentos, rodada de negócios, congresso acadêmico, seção técnica, hackathon e visitas técnicas.Bahia é o palcoDe acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do estado da Bahia, Ângelo Almeida, o evento é um reflexo importante da capacidade energética do estado, que é ponto estratégico da produção de energia eólica. Somente em 2024, a Bahia foi responsável por 99,1% da geração dessa fonte.”A Bahia é líder de produção eólica a nível nacional. Quando a gente olha para o que é produzido no estado, 99.1% de geração com fontes limpas, isso chama a atenção do mundo. Esse 1° IBEM é uma prova disso. Desde 2012 foi implantado o primeiro Parque Eólico do Estado e isso são apenas 13 anos de crescimento e produção”, disse o representante.

Ângelo Almeida, secretário de Desenvolvimento Econômico

|  Foto: José Simões / Ag. A TARDE

Apesar de ser uma grande potência energética, especialistas apontam que o país vive um paradoxo no cenário econômico/social. Isso porque o país enfrenta uma avalanche de fechamento de empresas do setor energético e desemprego em massa por falta de mão qualificada.”O Brasil tem bastante potencial para enfrentar a transição energética e potencializar a economia com energia verde e o Brasil tem muito sucesso com energia solar, com energia eólica. Estamos em frente com um problema que é a queda de demanda e isso causa problemas na integração de diferentes fontes como o hidrogênio verde, uma demanda industrial”, explicou Ben Backwell, presidente do Conselho Global de Energia Eólica.

Ben Backwell, presidente do Conselho Global de Energia Eólica

|  Foto: José Simões / Ag. A TARDE

Entretanto, mesmo diante de um cenário desafiador, o Estado ainda pode mostrar toda a sua potencialidade na transição energética com duas principais fontes limpas de energia: a solar e a eólica. No mundo, a energia solar representa 70% da capacidade energética e ainda precisa ser pensada em diversas frentes, como formas de armazenamento para solidificar o mercado mundial.Somente em 2024, a energia eólica foi responsável por superar o recorde de produção mundial. Estima-se que somente no ano passado, a produção correspondeu a 117 GW e a espectativa é aquecer esses números ainda mais para até 140 GW. No Brasil, a forma eólica de produção energética atrai o Brasil para a 5ª posição de capacidade e isso, segundo Eduardo Aragão, também organizador do evento, só abrilhanta os olhos de mercados externos para investimentos no estado baiano“A Bahia é um cenário privilegiado. Somos ricos em energia eólica e solar e o petróleo nasceu aqui. Temos hoje biocombustível no oeste baiano e biomassa: várias fontes de energia. Esse evento é fruto de uma parceria desde 2016 e hoje conseguimos fazer uma gama com diversos representantes de fora do Brasil. Temos a honra de realizar aqui no estado”, disse Eduardo Aragão, um dos organizadores do evento.

Eduardo Aragão, um dos organizadores do evento.

|  Foto: José Simões / Ag. A TARDE

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