Governo amplia Patrulha Maria da Penha em meio a casos de feminicídio

O Rio Grande do Norte registrou seis feminicídios em março, segundo dados do governo estadual. A Secretaria de Políticas para Mulheres ampliou a Patrulha Maria da Penha, que agora atende 16 regiões e monitora duas mil mulheres em situação de risco no Estado, sem registrar casos de feminicídio entre elas.

Segundo a secretária da pasta, Júlia Arruda, a expansão faz parte da estratégia para reduzir os seis feminicídios registrados no estado em março. “Em 2021, a Patrulha operava apenas em Natal e Parnamirim. Hoje, evitamos mortes com acompanhamento direto”, disse. O programa inclui tornozeleiras eletrônicas e botões do pânico.  

Durante o Carnaval, ações integradas com a campanha “Não é Não” reduziram casos de violência e a integração com delegacias especializadas reduziram casos de violência. “”Articulamos com delegacias e a Patrulha para proteger mulheres e crianças. O resultado foi positivo. Foi uma ação articulada, com resultados positivos”, afirmou.

Nas escolas, o programa Maria da Penha Vai à Escola discute relações de gênero com alunos e professores. “É preciso desnaturalizar a violência desde cedo. A escola é um espaço fundamental para essa mudança”, disse a secretária.

A interiorização dos serviços é prioridade. No interior, ônibus lilás percorrem municípios como Caicó e São Miguel. “Municípios distantes têm altos índices de violência. Levar atendimento a essas mulheres é urgente”, explicou Júlia. Mutirões com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf) garantem documentação a mulheres rurais.  

Para combater a subnotificação, o Governo do RN investe em capacitação de agentes e campanhas educativas, uma vez que a dependência financeira ainda é uma barreira. “Muitas não denunciam porque o agressor é o provedor. Precisamos romper esse ciclo com capacitação e geração de renda”, afirmou. Parcerias com a AGN (Agência de Fomento do RN) buscam incentivar o empreendedorismo feminino.

Júlia citou ainda a ampliação de Casas de Acolhimento para vítimas em risco iminente e a meta de envolver a comunidade nas denúncias. “Os vizinhos precisam ser aliados. A violência doméstica é um problema de todos”, frisou. Dados de 2023 mostram que nenhuma mulher acompanhada pela Patrulha foi assassinada.

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