EUA liberam 80 mil páginas de documentos secretos sobre assassinato de John Kennedy; Brizola é citado

john kennedy documentos secretos

Em 18 de março de 2025, o governo dos Estados Unidos liberou aproximadamente 80 mil páginas de documentos anteriormente classificados relacionados ao assassinato do presidente John F. Kennedy, ocorrido em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas. Essa ação, ordenada pelo presidente Donald Trump, visa promover uma era de “transparência máxima” e atende a demandas de décadas por maior clareza sobre o caso. ​

Principais Revelações dos Documentos

Os arquivos recém-divulgados oferecem insights sobre operações de inteligência da época e detalhes sobre figuras-chave envolvidas no contexto do assassinato. Alguns dos pontos mais notáveis incluem:​

Monitoramento de Lee Harvey Oswald: Documentos revelam que a CIA monitorou Oswald durante sua visita ao consulado cubano na Cidade do México, semanas antes do assassinato. Relatórios indicam que Oswald, um simpatizante comunista que havia vivido na União Soviética, buscava um visto para Cuba. ​

Operações Encobertas contra Cuba: Os arquivos detalham a “Operação Mangosta”, uma série de ações encobertas dos EUA visando desestabilizar o governo de Fidel Castro em Cuba. Essas operações ocorreram no período que antecedeu o assassinato de Kennedy, refletindo a tensão da Guerra Fria. ​
Reuters

Teorias Internas: Um memorando destaca que Gary Underhill, ex-oficial de inteligência, acreditava que uma “clique” dentro da CIA estava envolvida no assassinato de Kennedy, alimentando teorias de conspiração sobre o envolvimento de elementos internos no crime. ​

Diversas teorias envolvem as organizações no assassinato de Kennedy. A mais famosa delas tem origem no investigador de Nova Orleans Jim Garrison, um dos primeiros a presumir que Lee Harvey Oswald não seria um ex-militar com inclinações comunistas, mas um agente da CIA.

Em um livro, Garrison desenvolve a teoria de que agentes de extrema direita da CIA e do FBI, possivelmente associados a outros elementos mais poderosos, como grandes empresários, planejaram e executaram o assassinato por estarem descontentes com a tentativa de solução diplomática para a Guerra do Vietnã e a crise com Cuba.

Outros teóricos alegam que o assassinato foi uma operação do Mossad, o serviço secreto israelense, motivado pela oposição vocal de Kennedy ao programa nuclear israelense, desenvolvido pelo então primeiro-ministro do país, David Ben-Gurion.

O Mossad já era conhecido por realizar operações secretas em países estrangeiros, com o objetivo de capturar ex-altos funcionários nazistas, como Adolf Eichmann, na Argentina. A teoria foi citada por Muammar Kaddafi, então ditador da Líbia, na ONU, em 2009.

Boa parte das teorias coloca vários desses atores como co-conspiradores que executaram o atentado em associação. Além disso, quase a totalidade das teorias justifica o assassinato de Lee Harvey Oswald como uma queima de arquivo.

Citação de Leonel Brizola nos Arquivos

Entre os documentos liberados, há menções ao Brasil, especificamente ao político Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. Em agosto de 1961, durante a crise política desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, líderes comunistas como Mao Tsé-Tung, da China, e Fidel Castro, de Cuba, ofereceram apoio material e voluntários a Brizola. No entanto, Brizola recusou essas ofertas, temendo que a aceitação pudesse provocar uma intervenção dos Estados Unidos nos assuntos internos do Brasil.

Nos documentos agora revelados, John Kennedy indagou sobre a possibilidade de derrubar Jango — cunhado de Brizola. Em uma reunião na Casa Branca, ele perguntou ao embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, se os Estados Unidos poderiam “intervir militarmente” no país para depor o presidente João Goulart.

O post EUA liberam 80 mil páginas de documentos secretos sobre assassinato de John Kennedy; Brizola é citado apareceu primeiro em Pragmatismo Político.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.