O Circo na Praça: Iniciativa Leva Magia e Inclusão a 5 Mil Pessoas

Daniel Festa

Daniel Festa

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Promover a arte circense em locais aonde ela não costuma chegar. Como esse objetivo em mente, Robert Salgueiro, conhecido como Palhaço Picolé, desenvolveu o projeto O Circo na Praça – Sorriso que Abraça, que consiste em apresentações e oficinas em bairros, regiões periféricas, parques, áreas rurais e comunidades quilombolas.

Cerca de 5 mil pessoas já participaram da ação iniciada neste mês em Ponta Grossa (PR) e que conta com apoio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab), via edital da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura.

“Desde a concepção até a execução do projeto, nós pensamos naqueles locais onde as pessoas não têm acesso fácil à arte. Com essa ação, elas podem ter a experiência e consumir a arte circense pela primeira vez, além de conhecer mais sobre o circo por meio das oficinas”, conta Robert.

Ele salienta as medidas de acessibilidade que a Política abrange para promover a inclusão cultural. “É muito importante que PNAB garanta para a população que os projetos tenham esse viés. O Circo na Praça é uma iniciativa de qualidade, gratuita, que conta com intérprete de libras. O público pode assistir e entender o espetáculo e o que é passado nas oficinas. Foi pensado para que todos sejam contemplados”, comenta.

O secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic) e presidente do Grupo de Trabalho de Acessibilidade do MinC, Henilton Menezes, enfatiza importância da resolução. “O compromisso com a acessibilidade deve ser o princípio norteador de todas as etapas dos projetos culturais, desde o planejamento até a execução. Este grupo foi criado com o propósito de fomentar diálogos construtivos e implementar ações práticas e eficazes que assegurem a inclusão plena e efetiva de todos os cidadãos. A cultura é um direito fundamental e, por isso, precisa estar verdadeiramente ao alcance de todos e todas, sem exceção”, destaca.

O Circo na Praça recebeu R$ 70 mil, por meio edital municipal da PNAB, para a sua realização. “O recurso veio para transformar o projeto. São incentivos como esse que fazem grandes projetos acontecerem. De outra forma não conseguiríamos levá-lo para as comunidades do jeito que estamos fazendo, gratuito acessível, para que as pessoas possam ter acesso a essa arte. Sem ele não teríamos a possibilidade de realizar a ação”, analisa Robert.

“O circo brasileiro em sua dimensão e complexidade é uma riqueza enorme do nosso país e precisa de políticas públicas. Para nós da Funarte e do Ministério da Cultura é uma honra que o Governo Federal esteja presente em cada território por meio desta que é a política de maior recurso e alcance da história do país, a Política Nacional Aldir Blanc, reafirmando o compromisso e vocação de cada ente e agente em suas responsabilidades com as artes brasileiras”, afirma a presidenta da Funarte, Maria Marighella.

Em família

Integrante da quarta geração de uma família de artistas do picadeiro, Robert conta com a colaboração da família na oficina e no espetáculo. Na pele da bailarina, sua mulher, Geovana, ajuda o Palhaço Picolé nas mágicas, brincadeiras e malabarismos e ainda faz apresentações com bambolês e fita de ginástica rítmica. O patriarca, Gilberto, um veterano há mais de 60 anos na ativa, seja como palhaço ou trapezista, interpreta Dom Sebastian, o dono do circo e mestre de cerimônias, também chamado de ringmaster. “É uma apresentação que encanta a plateia”, observa.

O público tem aplaudido e prestigiado. “As pessoas chegam de caravana. Muitas vêm de outros bairros. Elas trazem cadeira, apesar de a estrutura oferecer, e lanche. Tem gente que já assistiu uma, duas, três vezes e leva a família”, celebra.

Até abril serão promovidas 21 apresentações e 18 oficinas do Circo na Praça em Ponta Grossa, tanto em áreas urbanas como rurais. O projeto retorna em julho para mais 20 espetáculos.

Robert não esconde a satisfação com o projeto. “Eu, que até os 9 anos morei em circo itinerante, tenho agora, depois de muitos anos, a possibilidade e a responsabilidade de ter o meu próprio circo de lona. É algo que resgata aquilo que é a minha origem e fortalece a arte do circo”, finaliza.

Agência Gov | Via Funarte

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