Genial/Quaest aponta o humor do mercado

editorial

A nova rodada de pesquisa da Genial/Quaest divulgada nessa quarta-feira revela o mau humor do mercado com o Governo Lula. Pesquisas, no entanto, olham para trás, o que indica que ainda não captaram os efeitos da medida da equipe econômica de aumentar a margem de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Ninguém da Faria Lima está nessa faixa, mas todos avaliam as repercussões nas ruas e os impactos na economia.

Os números não surpreendem, sobretudo por confirmarem o que ocorre desde o primeiro mandato do presidente. O mercado – esse ser incorpóreo – nunca viu as ações do petista com simpatia, sobretudo por estas estarem mais voltadas para as ruas do que para o chamado andar de cima.

O que não está sendo levado em conta é o resultado dos investimentos na área social. Nos dois primeiros mandatos, o Governo criou programas de ampliação de emprego e renda que mudaram o perfil do país. A classe média aumentou, e os serviços tiveram uma nova demanda. As empresas aéreas ampliaram sobremaneira o número de usuários e, por consequência, aumentaram seus lucros.

É fato que o atual mandato está mais preso a memórias do que a fatos. Não há um programa que possa ser visto como inédito, capaz de mobilizar corações e mentes da população. O Governo fala em melhorar as condições do Bolsa Família, mas trata-se de um programa da primeira e da segunda gestão. A agenda também contempla projetos que não soam como novidade.

Essa falta de ineditismo chega às ruas, sobretudo pela mudança do próprio país. As redes sociais são muito mais ativas, e a oposição ao Governo não é a mesma do tempo do ciclo tucano, quando os embates eram mais no campo das ideias, sem que houvesse uma polarização de viés extremo.

Só agora, após a mudança na sua comunicação, o Governo percebe que o jogo é outro, e é preciso atuar no mesmo campo dos adversários com a devida competência. A direita tem se mostrado muito mais ativa no mundo digital e, mesmo não tendo alcançado a Presidência, aumentou suas bancadas não apenas no Congresso, mas também em outros fóruns, isto é, em assembleias legislativas e câmaras municipais.

Isto posto, não basta o presidente utilizar o seu reconhecido charme para virar o jogo. É preciso mais, sobretudo na economia, que, ao fim e ao cabo, continua sendo a principal matriz quando se fala em opinião pública. Se ela vai bem, as demais instâncias passam pela mesma trilha. E o contrário é verdadeiro. O brasileiro faz contas e, quando percebe que ao fim do mês os números não fecham, transfere sua inquietação para o Governo, sobretudo quando este, no período de campanha, seguiu o ritual de prometer dias melhores.

 

 

 

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