8º Movimento Boca de Brasa: Festival celebra arte soteropolitana no aniversário de Salvador

A arte feita pelos soteropolitanos faz Salvador ser o que é. Da literatura à moda, passando pela música, teatro e audiovisual, a produção na capital baiana, especialmente nas periferias, é sempre efervescente. E é para celebrar a sintonia entre a cidade e seus artistas que acontece a 8ª edição do Movimento Boca de Brasa, festival que evidencia a potência das comunidades através de uma programação gratuita que inclui espetáculos, exposições e feira de economia criativa. O evento acontece nos dias 27, 28 e 29 de março no Quarteirão das Artes, no Centro Histórico, e faz parte do itinerário oficial do aniversário de Salvador.Ao longo dos três dias, mais de 100 artistas se apresentarão nos palcos do festival. As atividades ocuparão o Teatro Gregório de Mattos, o Espaço Cultural da Barroquinha, o Pátio Iyá Nassô, o Café Nilda Spencer e a Ladeira da Barroquinha, com apresentações de iniciativas culturais e criativas participantes das Escolas Criativas Boca de Brasa e de agentes culturais convidados.O festival é realizado anualmente desde 2015, e simboliza o ponto alto das ações do programa Boca de Brasa, que busca fomentar a descentralização da criação, da produção, da difusão, do fomento e da qualificação das manifestações artístico-culturais da cidade. Entre as atrações deste ano, estão o grupo de sound system Ministério Público, que receberá no palco o cantor jamaicano Jesse Royal, os rappers Odillon e Hiran, e o grupo de comédia Clube DazMinina, além da gravação de dois episódios de podcast, com apresentação da jornalista Luana Assiz.A construção desta edição do Movimento Boca de Brasa foi pensada com três principais objetivos em mente: dar visibilidade a talentos que surgiram em iniciativas do programa, abrir discussões sobre temas pertinentes ao projeto – por exemplo, com a gravação ao vivo de dois episódios do podcast Potências da Periferia: “O Poder dos Coletivos Artísticos nas Periferias” e “Empreendedorismo do Futuro” –, e levar a imprensa e formadores de opinião para conhecer os espaços onde essas atividades acontecem. Quem explica é o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro.“Por incrível que pareça, ainda existe uma invisibilidade muito grande dessa arte, dessa cultura, dessas iniciativas da periferia para a grande imprensa. Então, quando a gente leva esse grupo para circular pelos Bocas de Brasa, promove a visibilidade e tenta atrair atenção para esse movimento”, diz. O Boca de Brasa foi criado em 1986, e desde 2013 tem sido ferramenta prioritária de políticas públicas culturais em Salvador. O programa é realizado pela Prefeitura de Salvador através da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda.Para Guerreiro, incluir o festival nas comemorações do aniversário da cidade é uma forma de valorizar Salvador como grande polo cultural e também como polo cultural inclusivo, que pulsa cultura em todo o seu território. “A gente traz o Movimento Boca de Brasa de volta justamente para mostrar essa potência da periferia, mostrar que a criação artística não está só na região do centro da cidade, mas espalhada por várias e várias localidades. Então, quando a gente destaca no aniversário essa pluralidade e essa quantidade enorme de artistas e iniciativas que se espalham, a gente mostra que Salvador é uma cidade realmente inclusiva e com uma potência muito grande, principalmente de transformar a cultura num grande vetor de desenvolvimento econômico”.
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