Futuro do trabalho exige novas competências e adaptação à tecnologia, afirma consultora

O futuro do trabalho será marcado por mudanças significativas, com destaque para a valorização de competências comportamentais em detrimento das técnicas, segundo Adriana Cavalcante, consultora de gestão de carreira. Em entrevista à Rádio Rural 91 FM, ela explicou que essas competências, como empatia, resiliência e adaptação, foram apontadas como prioritárias em pesquisas realizadas por instituições como Deloitte, Mercer e O Futuro das Coisas. “As competências técnicas não vão deixar de existir, mas as comportamentais terão muito mais importância nas empresas”, afirmou.

Adriana destacou que os gestores de Recursos Humanos enfrentam o desafio de lidar com gerações distintas, especialmente a Geração Z, que busca carreiras meteóricas, mas nem sempre valoriza os princípios de conduta. “É preciso contornar essa compulsividade e imediatismo, sem abrir mão dos valores”, disse.

A pandemia acelerou transformações, como o trabalho remoto, mas Adriana acredita que o modelo não será definitivo para todas as áreas. “Alguns setores, como tecnologia, podem manter o home office, mas funções de liderança exigem presença física para compreender a dinâmica da empresa”, explicou. Ela ressaltou que o modelo híbrido surge como uma possibilidade de negociação entre empresas e colaboradores.

Sobre os aplicativos de entrega e transporte, como Uber e iFood, a consultora reconheceu a polêmica em torno da precarização do trabalho, mas defendeu a importância desses serviços para a sociedade. “Eles precisam ser preservados, pois resolvem problemas de mobilidade em grandes centros urbanos”, afirmou. Adriana espera que seja encontrada uma solução que equilibre os direitos dos trabalhadores e a necessidade desses serviços.

Inteligência Artificial

A inteligência artificial também foi tema da conversa. Adriana garantiu que a tecnologia não substituirá completamente os profissionais, mas será uma ferramenta de apoio. “Ela vai abreviar processos e facilitar o trabalho, mas decisões complexas ainda dependerão do elemento humano”, disse. Ela destacou a importância de os profissionais se familiarizarem com a IA para aproveitar seus benefícios. “Não é perfeita, mas é um recurso que veio para somar”, completou.

A consultora reforçou a necessidade de os profissionais se adaptarem às mudanças e investirem em capacitação contínua. “O futuro do trabalho exige resiliência e disposição para aprender”, concluiu.