Discriminação racial é o crime mais comum registrado pela DECRID no RN, seguido por LGBTfobia

A discriminação racial é o crime mais comum registrado pela Delegacia Especializada de Combate a Crimes de Racismo, Intolerância e Discriminação (DECRID) no Rio Grande do Norte. “O mais comum é a discriminação em razão da cor. O STF compreendeu como um racismo social, inclusive. E a orientação sexual também vem em segundo lugar”, afirmou a delegada titular Paoulla Maués.

A DECRID, que completará um ano de atuação no próximo dia 25 de março, já atuou em casos chocantes de preconceito racial e LGBTfobia. Um dos casos recentes envolveu uma avó que discriminava a neta de cinco anos por causa da cor da pele. “A comida da menina era diferente dos demais netos, ela não tirava fotos com a criança, e a menina percebeu isso”, relatou Paoulla.

Outro caso que chamou a atenção da equipe foi o de um pai que agrediu o filho por não aceitar sua orientação sexual. “Um jovem, recém-aprovado em universidade, muito estudioso e educado, foi agredido pelo pai, que não aceitava sua orientação sexual. Ele chegou à delegacia todo lesionado”, contou a delegada.

A DECRID, única delegacia da Polícia Civil do RN composta exclusivamente por mulheres, também atua no combate à intolerância religiosa e à discriminação por procedência nacional. “Às vezes, muçulmanos ou pessoas de outras nacionalidades sofrem com piadas ofensivas ou são negados serviços em estabelecimentos comerciais”, disse Paoulla.

A delegacia planeja ações educativas para conscientizar a população sobre os crimes de discriminação. “A ideia é que a gente faça ações. Este ano, iríamos fazer uma ação mais contundente no Carnaval, mas não deu. Temos vários planejamentos para este ano”, afirmou Paoulla.

A DECRID está localizada no prédio do Departamento de Proteção a Grupos em Situação de Vulnerabilidade (DPGV), na Rua Mucura do Souza, no bairro de Lagoa Nova, em Natal. Em casos de flagrante, a população pode acionar a Polícia Militar pelo 190. Denúncias também podem ser feitas virtualmente, por meio do boletim de ocorrência online.

A delegada reforçou a importância da denúncia para combater a discriminação. “A maior parte da sociedade rechaça esse tipo de comportamento, mas uma parte pequena ainda insiste. Para esses, os rigores da lei”, concluiu Paoulla.

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