Em 5 meses, DF tem 212 pedidos de investigação por violência policial


Entre julho e dezembro de 2024, 24 inquéritos foram abertos e um caso virou ação penal. Moradores do DF denunciam excessos e truculência em abordagens policiais. Policial militar dá soco na lateral rosto de um comerciante na Estrutural.
TV Globo/Reprodução
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), entre julho e dezembro de 2024, 212 pedidos foram abertos para investigação de crimes militares. Nesse período, 24 inquéritos foram abertos — quando já existem provas mais consistentes — e um caso virou ação penal.
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A Promotoria de Justiça Militar do MPDFT não tem dados específicos sobre casos de violência policial, apenas de crimes militares de todos os tipos. No entanto, moradores de Brasília denunciam excessos e truculência em abordagens policiais filmadas por celulares e câmeras de segurança nos últimos dias (veja detalhes abaixo).
Procurada pela TV Globo, a Polícia Militar do DF informou que, diariamente, atende a uma média de 900 ocorrências, e que reclamações na Corregedoria não representam nem 0,5% desses atendimentos.
Ainda segundo a PM, as denúncias de irregularidade são investigadas de forma “transparente e imparcial”.
Veja casos de violência policial registrados nos últimos dias:
PM dá soco em comerciante na Estrutural
Policial militar do DF dá soco em comerciante na Estrutural.
Um policial militar foi filmado dando um soco na lateral do rosto de um comerciante, que disse ter perdido parcialmente a audição do ouvido atingido (veja vídeo acima). A Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação investiga o caso.
A abordagem foi durante o Carnaval, no dia 4 de março deste ano, e é apurada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
No vídeo, é possível observar um grupo de policiais militares em frente ao comércio da vítima, na Estrutural. Em um momento, destacado nas imagens, um dos policiais deu um soco no rosto do comerciante, ele perdeu o equilíbrio e esbarrou em uma parede do bar.
Balas de borracha e gás de pimenta contra foliões
Policiais militares usam armas não letais contra foliões na Estrutural, no DF.
No mesmo dia, também na Estrutural, policiais fizeram disparos de balas de borracha e usaram gás de pimenta entre os foliões de um bloco de Carnaval. Segundo o comando da PM, algumas pessoas arremessaram garrafas e pedras contra os militares, e que foi necessário dispersar o público.
Imagens mostraram os foliões correndo após ouvir os disparos. Pessoas que estavam em um bar se esconderam, assustadas com o barulho (veja vídeo acima).
Mulher imobilizada em estacionamento
PM imobiliza mulher em estacionamento de shopping no DF
Dois dias depois, em 6 de março deste ano, no estacionamento de um shopping no Lago Norte, testemunhas apontaram exageros de PMs durante outra abordagem (assista acima).
O vídeo mostra um militar imobilizando uma mulher, com força. Segundo testemunhas, os policiais tentaram apagar um vídeo feito no celular da vítima. A PM negou agressão e disse que a mulher teria xingado os policiais que foram atender uma ocorrência. Ela foi detida por desacato.
Agressões durante atendimento de ocorrência
Mulheres denunciam ter sido agredidas por policiais no Recanto das Emas
No dia 9 de março, no Recanto da Emas, duas mulheres da mesma família foram agredidas por policiais. Elas dizem que tentavam evitar a prisão de um homem, já algemado, durante uma ocorrência de violência doméstica.
Foi quando um dos policiais jogou uma idosa de 67 anos no chão. Depois, outro militar deu uma rasteira e derrubou uma jovem que estava grávida (veja vídeo acima).
Em nota, a Polícia Militar informou que instaurou um procedimento administrativo para apurar a ocorrência. Disse ainda que, ao conduzir o suposto agressor, parentes tentaram impedir a ação policial
Fiscalização
Segundo o promotor de Justiça Militar do MPDFT, Flávio Milhomem, a Polícia Militar do DF não está mais violenta. O que há, segundo ele, é uma maior fiscalização por parte da população (veja vídeo abaixo).
“Hoje, qualquer cidadão, na sua grande maioria, tem um celular que pode realizar filmagens. As regiões administrativas do DF, por mais humildes que sejam, têm ruas ou estabelecimentos comerciais em que você tem um circuito de TV. Isso ajuda a ação da Corregedoria da PMDF e do MP”, diz o promotor.
Promotor de Justiça Militar fala sobre violência policial no DF
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