Bahia investe R$ 143,8 milhões e amplia rede de reabilitação

O governo do Estado planeja construir de 17 novos Centros de Reabilitação (CER), sendo 16 com recursos estaduais e um pelo novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Esse investimento visa a melhorar a qualidade de vida de cerca de 10,4% da população baiana que possui algum tipo de deficiência.O volume de recursos previsto para ser aplicado na ação, segundo a administração estadual, é de R$ 126,7 milhões e será feito por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Os recursos do novo PAC somarão cerca de R$ 8,2 milhões, totalizando R$ 134,9 milhões em investimentos. Haverá também um aporte de R$ 8,9 milhões anuais para o cofinanciamento de serviços voltados para atenção a pessoa com deficiência, garantindo a sustentabilidade dos serviços.De acordo com o governo, os novos centros serão construídos em Bom Jesus da Lapa, Brumado, Camaçari, Cruz das Almas, Eunápolis, Ibotirama, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Macaúbas, Paulo Afonso, Poções, Ribeira do Pombal, Salvador, Santo Antônio de Jesus e Seabra.Oficina OrtopédicaO Estado também anunciou que, além dos CER, a Bahia contará com uma nova Oficina Ortopédica, que será instalada em Feira de Santana. As Oficinas Ortopédicas são unidades especializadas na produção, adaptação e manutenção de dispositivos ortopédicos, como próteses, órteses e outros equipamentos auxiliares. Também está no planejamento do governo a construção de uma nova sede para o Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (Cepred), em Salvador, que atualmente funciona no Centro de Atenção à Saúde.De acordo com a Sesab, os novos centros começarão a ser construídos no segundo semestre deste ano, com entrega prevista em até um ano após o início das obras. Ainda segundo a secretaria, o governo do Estado busca preencher lacunas assistenciais com a construção de novos centros, garantindo que cada macrorregião de saúde tenha serviços especializados nas quatro principais temáticas de reabilitação – visual, auditiva, física e intelectual –, proporcionando maior acessibilidade para pessoas com deficiência aos serviços especializados.Gestores da Sesab destacam que, além de construir, o governo do estado pretende apoiar os municípios com cofinanciamento de 20% do que é repassado pelo Ministério da Saúde. Será um recurso novo, do tesouro estadual, para apoiar os municípios na manutenção e qualificação dos serviços.Qualidade de vidaAtualmente, a Bahia conta com 16 CER habilitados na Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência (RCPD) e 9 Estabelecimentos Únicos em Reabilitação (EUR). Com a construção de mais 16 CER, o estado ampliará o acesso das pessoas com deficiência das 28 Regiões de Saúde da Bahia, já que 24 regiões de saúde terão no mínimo um CER que contempla as temáticas de Reabilitação Física/Ostomia e Intelectual/TEA. Para a presidente da Associação Baiana dos Deficientes Físicos, Silvanete Brandão, a ampliação da rede de atendimento trará um grande ganho para as pessoas com deficiência física e suas famílias. “Na medida em que o serviço de reabilitação está mais próximo de quem precisa, a qualidade de vida aumenta”, afirma. “Fico feliz pela pauta da pessoa com deficiência estar sendo vista de forma prioritária pelo governo do Estado.” A diretora Gestão do Cuidado da Sesab, Liliane Mascarenhas, explica que os CER são unidades essenciais para garantir que pessoas com deficiência, independentemente da sua condição, possam acessar tratamentos, serviços e programas que promovam sua autonomia e inclusão social. Liliane ainda indica que, entre os serviços oferecidos, destacam-se fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e acompanhamento médico. “Cada paciente recebe um plano de tratamento personalizado, levando em consideração as suas necessidades específicas”, aponta. A abertura desses novos centros possibilitará o acesso a tratamentos que hoje o aposentado José Barbosa tem no Cepred. Após a amputação de uma das pernas, por causa de complicações da diabetes, ele precisou usar prótese e reaprender a caminhar. “Tivemos de nos mudar temporariamente para evitar as escadas”, conta Luzinete de Jesus, esposa de Antônio. “Com ele voltando a andar de forma mais independente, conseguiremos retornar para nossa casa e ter uma melhor qualidade de vida.”
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