Chuvas intensas provocam alagamentos e deixam famílias desalojadas em Natal

As intensas chuvas que atingiram a Região Metropolitana de Natal na madrugada e manhã desta sexta-feira 14, provocaram alagamentos, transbordamento de lagoas e deixaram, pelo menos, duas famílias desalojadas. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), até as 13h desta sexta, foram registrados mais de 100 mm de chuva somente na capital, com pico de 126 mm em Neópolis, na Zona Sul. Já a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) apontou um volume de 107 mm nas últimas 24 horas, próximo ao Campus da Universidade Federal do RN (UFRN).

O temporal causou transtornos em toda Natal. A Defesa Civil informou que cinco lagoas de captação transbordaram: no Loteamento José Sarney, Panatis, Cidade da Esperança, Jardim Primavera e na Avenida das Alagoas (Lagoa do Makro). Em Parnamirim, o volume de chuvas foi ainda maior, chegando a 149 mm, também resultando em alagamentos e transbordamentos.

Um dos episódios marcantes foi uma mulher que foi arrastada por forte correnteza próximo ao cruzamento das avenidas Alexandrino de Alencar e Jaguarari, em Lagoa Seca. Vários condomínios ficaram ilhados e pontos críticos de alagamento foram registrados nas avenidas Presidente Bandeira, próxima ao camelódromo do Alecrim, e a 6, nas imediações da Avenida Capitão-Mor Gouveia. Em Cidade Nova, na Zona Oeste, um carro ficou completamente submerso entre as ruas Santo Antônio e São Vicente.

Na Zona Norte, o conjunto Gramoré registrou grande acúmulo de água. Na Avenida Paulistana, moradores improvisaram um barco de madeira para circular pela via, que ficou tomada pela água. Após o recuo das águas, a região ficou coberta por lama e detritos. A praia de Ponta Negra, que recentemente passou por obras de engorda, também foi afetada, com a faixa de areia quase totalmente alagada. Segundo a Prefeitura de Natal, o bairro registrou 100 mm de chuva em menos de 10 horas.

Previsão de mais chuvas nos próximos dias

O meteorologista Gilmar Bristot, da Emparn, alertou que as chuvas devem continuar nos próximos dias, atingindo toda a faixa litorânea e avançando para o interior do Estado. Segundo ele, as precipitações são resultado da Zona de Convergência Tropical, fenômeno influenciado pelas condições oceânicas, como a La Niña fraca e o resfriamento do Atlântico Norte em relação ao Atlântico Sul.

Gilmar também destacou que o período de transição entre o verão e o outono, que começa no próximo dia 21, é propício para a ocorrência de chuvas intensas no Nordeste. A Defesa Civil e outros órgãos municipais seguem monitorando a situação e prestando assistência às áreas afetadas. A população é orientada a evitar áreas de risco e seguir as recomendações das autoridades locais.