Escritor baiano Dias Gomes será o homenageado da Flipelô 2025

A edição 2025 da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), que acontecerá de 6 a 10 de agosto, vai homenagear o romancista, dramaturgo e autor de telenovelas Dias Gomes (1922-1999), que integrou a Academia Brasileira de Letras (ABL). A informação foi antecipada ao Portal A TARDE.O baiano foi o sexto ocupante da cadeira 21, eleito em 11 de abril de 1991, na sucessão de Adonias Filho e recebido por Jorge Amado em 16 de julho de 1991.“Dias Gomes é um grande escritor baiano. Amigo de Jorge Amado, era sempre recebido na Casa do Rio Vermelho. Trocavam cartas, que hoje integram o acervo da Fundação Casa de Jorge Amado. E tinham uma conexão quanto aos temas abordados em suas obras como a intolerância religiosa, a exploração política e comercial da fé popular, o coronelismo político e o progresso descontrolado, assim como no uso do estilo literário realismo mágico”, pontua Angela Fraga, diretora-executiva da Fundação Casa de Jorge Amado, instituição cultural responsável pela realização da Flipelô.

Jorge Amado e Dias Gomes

|  Foto: Divulgação

Dias Gomes nasceu em Salvador, em 19 de outubro de 1922. Assim como Jorge Amado, começou escrever ainda na adolescência. Com apenas 15 anos redigiu sua primeira peça teatral, ‘A comédia dos moralistas’, que ganhou o 1º lugar no Concurso do Serviço Nacional de Teatro em 1939. Estreou no teatro profissional em 1942, com a comédia ‘Pé-de-cabra’, encenada no Rio de Janeiro e depois em São Paulo.Sua peça teatral ‘O Pagador de Promessas’ (1960) foi adaptada ao cinema por Anselmo Duarte, em 1962, tornando-se o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes. O longa-metragem foi gravado no Pelourinho, cenário de vários livros de Jorge Amado.Assim como o escritor de ‘Capitães da Areia’, Dias Gomes precisou enfrentar regimes políticos autoritários. Com o golpe militar de 1964, foi perseguido e teve suas obras censuradas. Mas não se deixou calar. Assim como Jorge Amado fez de suas obras um grito em defesa das liberdades democráticas.Foi nessa insistência e luta que agraciou o público com grandes obras que marcaram a história da telenovela brasileira: ‘O bem-amado’ (1973), ‘O espigão’ (1974), ‘Saramandaia’ (1976) e ‘Roque Santeiro’ (1985), que deveria ir ao ar em 1975, mas não foi autorizada pela ditadura militar.Em toda a sua carreira, Dias Gomes escreveu 33 peças de teatro, oito livros, 14 telenovelas, cinco minisséries e dois seriados. Teve suas obras adaptadas em diversos países, incluindo Argentina, Chile e México.“Para nós é uma honra e alegria realizar esta homenagem a Dias Gomes na 9ª edição da Flipelô. Avaliamos como justa e merecida por todo o seu legado, sua contribuição à literatura, ao teatro e à televisão. Vamos realizar uma festa linda trazendo a energia de tantos personagens de Dias Gomes que marcaram a TV brasileira, assim como os personagens de Jorge Amado, que até hoje enchem de vida o nosso Pelourinho”, finaliza Angela Fraga.A Flipelô é uma realização da Fundação Casa de Jorge Amado.

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