‘Lapidar a pedra bruta’: agente da região leva 40 atletas de futebol a clubes

Silas

O agente Silas Cannavarro, de 41 anos, tem se destacado no processo de captação de talentos no futebol. Nos finais de semana, ele visita campos de várzea e periferias com o objetivo de encontrar “pedras-brutas para transformá-las em diamantes”, como ele mesmo define. Para isso, o rio-pombense conversa com clubes como Flamengo, Corinthians, Vasco, Fluminense, São Paulo, Santos, Atlético-MG e Palmeiras, analisa a demanda de cada um, e, depois, busca atletas das cidades da Zona da Mata com as características desejadas.

Em dez anos de carreira, Silas já levou mais de 70 atletas para fazer teste em algum clube, dos quais 40 conseguiram se estabelecer. Um dos destaques tem sido Gabriel Marcelino, de 17 anos, jovem rio-pombense que jogou por Palmeiras e Cruzeiro e, hoje, está no Boston City, de Manhuaçu (MG). Além dele, Pedro Paulo, 13 anos, está no Santos, Riquelme Moraes, 15 anos, no Cruzeiro e Pedro Augusto, 16 anos, no América Mineiro.

Silas
Silas ajuda na relação dos atletas de base com os clubes de futebol (Foto: Reprodução)

“Busco apresentar o jogador no momento e idade certa. Infelizmente, o futebol atualmente é muito precoce, e a média de idade para ingresso no futebol profissional está entre 15 e 16 anos. Depois desse período é difícil para o jovem entrar em uma categoria de base. O trabalho é, então, de orientação tanto para o jogador quanto para os pais, que também precisam dessa assessoria”, explica.

Com contatos em clubes como Santos, Cruzeiro, Atlético-MG, Flamengo, Corinthians, Vasco, Fluminense, São Paulo e Palmeiras, Silas classifica a atuação como “gratificante”. “Proporciono a jovens que nunca tiveram a oportunidade de entrar em um CT, a chance de conhecer o dia a dia de um atleta profissional e a realidade dos clubes”, comemora.

Paixão pelo futebol

Silas sempre teve uma grande paixão pelo futebol, como conta. Jogou por dois anos na categoria de base do Cruzeiro, e, em 2010, conheceu Paulo Paschoalino, presidente do Centro Esportivo Ubaense, que revelou o volante Alisson, hoje no São Paulo, e Luan Cândido, do Grêmio. “Fui melhorando, porque há desafios, como o rápido avanço da tecnologia, que exige atualização constante sobre novas ferramentas e plataformas, e a crescente concorrência no setor, que torna a competição ainda mais acirrada. A pandemia também trouxe desafios relacionados ao trabalho remoto, dificultando a comunicação e o gerenciamento de tempo”, diz o agente.

Com a experiência adquirida, ele entende que, no futebol atual, dois dos maiores desafios para os atletas são o planejamento e a gestão da carreira. “O processo até se tornar jogador vai muito além daquilo que é mostrado na televisão. É necessário o trabalho físico e mental para que os jovens suportem o processo de início de carreira. É fundamental uma primeira experiência dentro do clube”, entende.

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