Exposição ‘Lembra’ reúne telas e cerâmicas que evocam vivências culturais coletivas

exposição lembra

exposição lembra
Em “Lembra”, artista Filipe Matias resgata tradições populares (Foto: Divulgação)

A primeira grande exposição individual do artista visual e arquiteto Filipe Matias chega ao RH Espaço Arte nesta quinta-feira (13). São cerca de 40 obras reunidas a partir da curadoria de André Colombo, que com o tema “Lembra”, recupera vivências culturais brasileiras e memórias coletivas. São peças em telas e cerâmica que evocam o folclore, a religiosidade, o festejo e as tradições populares do país, de forma colorida e variada. As artes seguem em exibição até 30 de abril, e podem ser vistas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e  das 15h às 19h, e também aos sábados, sob agendamento. A abertura acontece às 19h.

A trajetória do artista é marcada por uma visão da arte com poder de transformação social e de olhar para histórias que de outra forma poderiam estar se perdendo. Essa vontade de Matias começou quando ainda estava na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e fez um trabalho de fotografia em que visitava quilombos da Zona da Mata Mineira para retratar essas comunidades.  “Depois desse trabalho, comecei a focar nessa temática de resgate de folclore e da cultura popular brasileira. Durante esse processo, comecei a fazer exposições do meu trabalho, inclusive fora do país”, conta ele, que também já exibiu suas obras na Califórnia e comercializa as peças fora do Brasil. 

Sua ideia, então, passou a ser de articular essas vivências coletivas pela arte. “A exposição se chama ‘Lembra’ porque comecei a sentir que todas as telas e os trabalhos que eram mais populares, que mais atingiam o coração das pessoas, eram aqueles que resgatavam memórias e que as pessoas podiam adotar como delas, porque falava sobre a história que também tinham vivido. Essas memórias e essas interseções silenciosas que compartilhamos no consciente popular”, conta. Além disso, a mostra faz uma seleção de obras que revisitam sua trajetória inteira, com telas que marcaram diferentes momentos e que remetem, por si só, a outras lembranças do artista. 

Em 2024, ele fundou um espaço cultural em Goianá chamado Villa Matias, que também tem o objetivo de servir como um polo articulador de cultura, inclusive em contato com outros artistas. Apesar das mudanças, entende que sua arte permanece com uma identidade fortemente ligada à mineiridade, seja em qualquer formato que escolher – no diálogo com a moda, nas pequenas joias de cerâmica ou em telas a óleo. “Minha exposição é apenas uma mostra do que o brasileiro tem de mais precioso, que é a nossa cultura, nossa fé, nossa forma de ser feliz”, diz.

  • LEIA MAIS notícias sobre Cultura em Juiz de Fora e região

Trajetória de experimentações

exposição lembra
“Sol e Chuva (Díptico)” é uma das telas da exposição (Foto: Divulgação)

Na obra de Filipe, é possível notar uma permanência das experimentações em diferentes suportes, que se dá por esse diálogo com formas variadas de arte. Essa capacidade multidisciplinar, para ele, está relacionada com a forma com que se deu o seu despertar artístico, por meio do teatro na escola. “Esse acesso à leitura e ao universo da poesia começou a me inserir nessa produção de arte, a me dar essa inquietação artística. Isso abriu espaço para costura dos figurinos, cenografia, iluminação, fotografia. Foi muito prolífico para uma mente criativa.”

Esses trabalhos também vão se relacionando entre si, como é o caso das cerâmicas de “Lembra”. Para ele, a sensação é que todas essas referências vão formando uma colcha de retalhos, e que as próprias obras contêm em si conjuntos de referências sobrepostas para comporem um todo maior – seja entre as variedades de artes ou suas ideias.

Encontro com a cultura popular

exposição lembra
“Dança das fitas”, junto com outras obras, segue em exibição até 30 de abril (Foto: Divulgação)

O encontro com a cultura popular e a sua importância, como nota, não se limita a essa exibição – mas também ao trabalho que já vem desempenhando no município vizinho de Juiz de Fora, assim como em produções futuras. Como define: “é uma cultura tão rica. Vejo que é uma abordagem para a vida inteira”. Por isso, no momento em que as obras podem ser reunidas para apreciação do público, também entende que novas lembranças e encontros podem surgir, a partir do que significaram para o público. “É uma celebração conjunta. A ideia é a gente ver as telas e as pessoas compartilharem suas próprias lembranças e o que essas pinturas vão evocar ali”, conclui.

O post Exposição ‘Lembra’ reúne telas e cerâmicas que evocam vivências culturais coletivas apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.