Permissionárias fazem ato após novo fechamento do Mercado da Redinha

Após novo fechamento na última sexta-feira (07), uma comitiva de permissionárias e artesãs que atuam no Mercado da Redinha realizou um ato em frente à Prefeitura Municipal de Natal.

O ato aconteceu na manhã desta terça-feira (11). O Mercado foi fechado pela segunda vez desde sua reinauguração, no final de dezembro, e quem trabalha no local exige a volta do funcionamento para que possam manter seus sustentos.

O grupo conseguiu se encontrar com Dickson Nasser Júnior, atual adjunto de Relações Sociais e Políticas da Secretaria Municipal de Governo (SMG), e já encaminhou uma reunião com Sérgio Freire, secretário-chefe da Casa Civil da Prefeitura, para a próxima segunda (17).

Ozeni Florêncio, que cresceu dentro do Mercado da Redinha num restaurante que já era tocado pela avó, depois pela mãe e que ela continua junto com a família, reclama do tratamento que os permissionários vem recebendo da Prefeitura e diz que o desejo de todos é que voltem a trabalhar. Ela também critica a empresa que administrou temporariamente o Mercado nesses dois meses pela falta de dinheiro recebido.

“Houve humilhações nesse período, quando a gente ia atrás do dinheiro trabalhado. A gente recebia vale e dias trabalhados a gente nunca recebia o dinheiro total da semana. Inclusive, saímos de lá com eles nos devendo, ficaram hoje de botar uma parte. A bebida era toda dessa empresa, a gente ganhava 25%, bebida essa que a gente não viu dinheiro nesse segundo evento”, diz, sobre a segunda edição do Festival Gastronômico “Boteco Natal”.

“Passei o carnaval todo chegando muito cedo, saindo muito tarde e vim para casa sem dinheiro nenhum, porque foi assim acordado com a Prefeitura: a gente trabalhar para essa firma e receber papel”, aponta.

Segundo Ozeni, o desejo dos permissionários é que voltem a trabalhar por conta própria.

“A gente não vai voltar mais para trabalhar com essa firma. A gente quer voltar por conta própria, trabalhando sem essa firma da Prefeitura. Então, tudo isso a gente vai alegar a doutor Sérgio na segunda-feira. A gente tem condições de manter o prédio, a gente tem condições de viver trabalhando. A Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) tem condições de administrar o prédio, porque administra todas as feiras e mercados de Natal”, explica.

“O que a gente precisa da Prefeitura é só a parte da segurança e a parte da higienização para o banheiro. O resto a gente administra, a gente pode criar ali um condomínio, e dali manter o prédio. O que a gente não vai aceitar é ficar em casa”, continua.

A permissionária também reclama de ajustes no prédio que a Prefeitura ficou de fazer, sendo uma das justificativas para manter o local fechado.

“Se tem uns ajustes para fazer no Mercado, que a gente venha a trabalhar quinta, sexta, sábado e domingo. A gente só quer agora quatro dias trabalhados. Se tem um ajuste para fazer no Mercado, eles podem mandar a firma fazer de segunda até quarta-feira. E quinta em diante a gente trabalha. Quer dizer, a gente está para qualquer acordo. O que a gente não está é para ficar em casa parado. Mesmo porque essa ajuda de custo da Prefeitura, até esse exato momento, ainda não foi colocada na conta da gente.”

Do local ao estrangeiro, diz Ozeni Florêncio, várias pessoas estão querendo conhecer o espaço. No entanto, os turistas chegam e se deparam com as portas fechadas.

“Hoje mesmo era um grupo de pessoas que vieram de longe. Tinham pessoas ali de Macapá, tinha pessoas ali do Rio Grande do Sul. Todo dia eu vou lá olhar o prédio e volto. E todo dia pego depoimentos de pessoas”, conta.

Daniel Valença (PT), vereador que esteve com as permissionárias na sede do Executivo, disse em suas redes sociais que “o Mercado foi fechado sob a desculpa de que tem avaria e de que até agora não apareceu a empresa no edital para fazer a gestão do mesmo”.

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“O Mercado teoricamente tem que ser fechado para reparar uma avaria. Na verdade, como as permissionárias colocam, é só fechar de segunda a terça, ou de segunda a quarta, no máximo de segunda a quinta, e não impedir o trabalho ao final de semana”, propôs como alternativa o parlamentar. 

Na última segunda (10), a Agência SAIBA MAIS procurou a Prefeitura e questionou se o Executivo estuda algum novo projeto ou se possui previsão de alguma nova reabertura para o espaço. A Prefeitura não respondeu diretamente, mas informou que busca “dar a maior celeridade possível à relicitação, para a conclusão do processo que vai culminar com a concessão do Mercado, que terá enorme importância para a economia e o Turismo da cidade, com impulso especial na Zona Norte”.

Nesta quarta (12), voltamos a procurar a Prefeitura para questionar sobre os ajustes na estrutura do Mercado e sobre as reclamações por falta de pagamento. A assessoria informou que daria um posicionamento, mas não o recebemos até esta publicação. A matéria será atualizada caso haja retorno.

Histórico

O novo Complexo Turístico da Redinha, onde funciona o Mercado, teve seu primeiro ciclo de funcionamento entre 26 de dezembro e 26 de janeiro, período onde recebeu o 1º Festival Gastronômico “Boteco Natal”, que aconteceu de modo temporário.

Sem o festival e sem garantias de reabertura, os permissionários se mobilizaram e conseguiram com que o Boteco Natal fosse prorrogado, entre 7 de fevereiro até 9 de março. Agora, mais uma vez, o espaço voltou a ficar de portas fechadas.

A obra, fruto de um investimento de R$25 milhões pela Prefeitura, inclui um mercado público renovado, deck, estacionamento, estação de tratamento de esgoto, prédio anexo e áreas de circulação. No entanto, passou por um processo de Parceria Público Privadas (PPP) para ser gerido por 25 anos, só que a licitação não obteve interessados.

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