Bolsonaro encontra Valdemar após decisão de Moraes e elege 2026 e anistia como prioridade

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrou nesta quarta-feira (12) o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pela primeira vez em mais de um ano, depois da decisão de Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de liberar contato entre os dois.

O ministro derrubou na véspera as medidas cautelares, autorizando contato entre eles. Ainda na terça (11), os dois se falaram ao telefone. Nesta quarta, Valdemar e Bolsonaro se reuniram no partido e saíram para almoçar juntos.

Segundo Bolsonaro, a prioridade das conversas será organizar as candidaturas nos estados e o projeto de lei que concede anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

“O jogo começou a afunilar, com muitas candidaturas. Muita gente quer vir ao Senado, mas não tem vagas para todo mundo. Preciso conversar com Valdemar qual é o critério que a gente vai adotar. Em princípio, quem tem mandato estaria dentro, mas quem está queimado não vai disputar comigo sendo cabo eleitoral”, disse a jornalistas no PL.

“Prioridades serão nominata para o ano que vem, Congresso e PL da anistia, para nós, é prioridade”, afirmou depois, ao chegar na churrascaria para almoçar com o dirigente.

Valdemar, por sua vez, disse que agora os dois se falarão todos os dias. Eles ficaram mais de um ano sem se comunicar.

“As bombas todas eu jogo na mão de Bolsonaro. Tava com muita [saudade]. Já dei um beijo nele hoje”, brincou.

As declarações foram dadas ao chegar na churrascaria para almoçar. O grupo ocupava duas meses, com funcionários do partido e parlamentares, como o deputado Altineu Cortes (PL-RJ) e o senador Portinho (PL-RJ).

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-ministro João Roma também participaram.
Em sua decisão, Moraes ressaltou que, embora Valdemar tenha sido indiciado pela Polícia Federal no caso da trama golpista de 2022, a PGR (Procuradoria-Geral da República) não o denunciou pelo episódio.

Por essa razão, diz o ministro, “não estão mais presentes os requisitos necessários à manutenção das medidas cautelares anteriormente impostas”.

O fim das medidas cautelares permite também que Valdemar recolha os bens apreendidos pela PF em sua casa, incluindo quase R$ 54 mil em dinheiro vivo, três relógios de luxo e dois iPhones.

O dirigente do PL também terá de volta o seu passaporte, recuperando após 13 meses o direito de deixar o país.

Na solicitação formal pelo fim das medidas cautelares, feito nesta própria terça, o advogado Marcelo Bessa ressaltou o fato de Valdemar não ter sido denunciado pela PGR.

“Conquanto tenha inicialmente figurado como um dos investigados, o requerente foi acertadamente excluído da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República, circunstância suficiente para fazer cessar toda e qualquer medida cautelar pessoal ou patrimonial decretada em seu desfavor”, disse a defesa.

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