A convocação antirracista

O projeto do racismo é a morte, atacando-se aos dotados de melanina, proteína responsável por colorir a pele, quando se compara indevidamente a pessoa não-branca ao “primo” de todos os humanos.Foi esta a experiência vivenciada pelo jogador “júnior” do Palmeiras, de São Paulo, Luighi, ao denunciar numa entrevista, o crime contra ele praticado por torcedor numa partida contra o paraguaio Cerro Porteño.Sofrera duas vezes o atleta novel, pois além da “queda, o coice”, ao ser interrogado por distraído repórter sobre seu desempenho, como se fosse possível apagar a cena do “hincha” guarani, imitando macaco a se coçar.A vítima do crime foi aos prantos e sensibilizou colegas, clubes e entidades, mobilizando a imediata barricada antirracista internacional.A prática criminosa de considerar um grupo humano “inferior”, devido ao biotipo, é arrimo de ideários fascistas, como quando se pesa um quilombola em “arrobas”, péssimo exemplo da história recente do Brasil.O lado bom do recente escracho epidérmico é o fato de ter unido “rivais”, recuperando o estatuto de “coirmãos”, na convergência democrática por convívio melhor, nos estádios ou arenas e no cotidiano fora deles.Assim, uniram-se aos palmeirenses, os corinthianos, os são-paulinos e os santistas, além de convocar ao gramado simbólico do ativismo jogadores com ancestral dificuldade de enfrentamento de temas tensos.O adolescente brasileiro agredido em Assunção teve ainda o condão de mobilizar o governo federal, por meio do Ministério do Esporte, solicitando aos “guaranis” a necessária e rigorosa apuração do fato.Com os recursos de identificação facial oferecidos pelas tecnologias, a esta altura já terá sido entregue às autoridades do Chaco e seus defensores a certidão do autor.Graças a atitudes como a de Luighi, menino na idade, um senhor em lucidez, não passarão, jamais, os racistas e fascistas, em seus conluios mal-ajambrados, condenados aos muros da história.
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