A segurança no Carnaval deve ser reforçada

editorial

A morte de uma jovem e o registro de 14 outras pessoas feridas em um tiroteio em pleno desfile de blocos na cidade de Rio Pomba, a 70 quilômetros de Juiz de Fora, acendem a luz de alerta para a segurança de grandes eventos como o carnaval. Luciane dos Santos Marques, de 25 anos, morreu na madrugada de terça-feira durante uma festa na praça do município. Dois suspeitos foram presos, um deles com uma pistola Glock 9mm, dois carregadores e várias munições.
É necessário indagar qual é a intenção de uma pessoa que participa de uma festa popular portando uma arma de fogo. De acordo com o boletim de ocorrência, o tiroteio começou quando um dos envolvidos se deparou com um desafeto. Ambos foram presos, mas o dano já estava feito.
Em Juiz de Fora, na fase anterior ao carnaval, também ocorreu um homicídio nas proximidades da Praça Antônio Carlos, no Centro, num ato considerado premeditado. O evento tinha previsão para 300 pessoas, mas foi muito além disso, o que valeu uma suspensão no organizador. A segurança, segundo as informações, estava adequada para o número de participantes anunciado pelo responsável.
Pelo país afora, foram registrados casos de violência durante o carnaval. Em Recife, duas pessoas morreram em um enfrentamento nas proximidades de um bloco. As imagens que percorreram o país apontam para um desentendimento que culminou em uma troca de tiros.
Maior festa popular do país, o carnaval tem que criar espaços seguros para os foliões, uma vez que o propósito é a diversão. É fato tratar-se de algo imponderável, mas, diante de tantos registros, os próximos eventos precisam ser repensados para que os foliões brinquem e retornem seguros às suas casas.
É uma tarefa árdua quando se fala em milhares de pessoas em espaço aberto, mas as próprias equipes de segurança já se mostraram capazes de fazer a guarda, utilizando equipamentos modernos, como drones e revistas aleatórias dos participantes. No Rio, policiais fantasiados tiraram de circulação um expressivo número de ladrões de carteira e de celulares.
Os blocos mudaram o perfil do carnaval, que não se restringe mais aos desfiles das escolas de samba. Rio de Janeiro e São Paulo têm seus sambódromos sob forte aparato de segurança, mas é nas ruas onde a festa, de fato, acontece. Cidades sem tradição de desfiles mudaram o seu perfil com incentivo aos blocos, como foi o caso de Belo Horizonte, hoje uma das principais regiões para o carnaval de rua.
Em Juiz de Fora, as escolas, por injunções jurídicas, não foram às ruas, mas o carnaval dos blocos foi um sucesso, com milhares de foliões desfilando pelos circuitos da cidade. Com segurança, tais eventos tornaram-se a melhor opção para quem gosta da festa e quer participar do evento certo de que poderá fazê-lo sem o medo que hoje perpassa a vida das cidades.

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