Mudança do Garcia mantém tradição e exibe pautas socias no Carnaval de Salvador

Nesta segunda-feira, 03, fanfarras, trios independentes e gritos de protesto marcaram mais uma vez o tradicional Mudança do Garcia, com diversas mensagens de protesto político. Sem cordas, no Circuito Riachão do Carnaval da Bahia, o bloco exibia placas e fantasias com problemáticas do Brasil e do mundo. Este ano, os cartazes e palavras de ordem trouxeram pautas diversas: “Mais de 46 mil palestinos assassinados pelo exército de Israel”, além de pedidos como a gratuidade do transporte público para estudantes da rede pública e o fim da jornada de trabalho 6×1. O Bloco do Galo, por exemplo, celebrou figuras como Preta Gil, Lula, Eunice Paiva e Fernanda Torres. O desfile da Mudança do Garcia completa 95 anos de existência, e busca, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o reconhecimento da festa como patrimônio imaterial.

Foto: Matheus Caldas/Aratu On

O movimento é um dos mais tradicionais e irreverentes do Carnaval de Salvador. Ele acontece desde 1926, sempre na segunda-feira de Carnaval e percorre as ruas do bairro do Garcia até o Campo Grande. Diferente dos blocos convencionais, não tem trios elétricos nem cordas, sendo totalmente democrático e aberto ao público.

O desfile da Mudança do Garcia é conhecido pelo tom político e crítico, reunindo foliões fantasiados, faixas, cartazes e manifestações de protesto sobre diversos temas, principalmente políticos e sociais. Além disso, é um espaço de criatividade e irreverência, com grupos que usam humor para expressar suas ideias.

Se tornou uma espécie de “termômetro político” do Carnaval de Salvador, já que muitos movimentos sociais, partidos e coletivos aproveitam para levar suas pautas às ruas.

Crédito: Shirley Stolze- Agência A Tarde

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