Fundo lança estudo sobre geração de renda LGBTQIA +; confira

O Brasil é um dos países com cerca de 19 milhões de pessoas do grupo LGBTQIA +, que vivem numa sociedade homofóbica e lutam a cada dia para ocupar espaços de poder, entre eles, no mercado de trabalho. Com o objetivo de dar voz a essas pessoas, o Fundo Positivo, lançou na noite desta quinta-feira, 29, dia em que celebra a Visibilidade Lésbica, na Casa Vale do Dendê, no Pelourinho, o relatório digital inédito com o tema ‘Inclusão econômica e geração de renda da população LGBTQIA + no Brasil: Desafios, iniciativas e financiamentos’, que aborda uma ampla pesquisa sobre a situação de pessoas LGBTQIA + no mercado de trabalho hoje. Além de analisar as propostas de financiamento de projetos da própria instituição.Veja também:>>>Fundação Aleixo Belov abre inscrições para cursos gratuitos; veja>>>Salvador é uma das 2 únicas capitais a ter políticas para LGBTI+

Lançamento aconteceu no Pelourinho

|  Foto: Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

O Fundo Positivo financia projetos de Organizações que trabalham no campo do HIV/Aids e diversidade em todas as regiões do Brasil. De acordo com Lucas Bulgarelli, antropólogo e coordenador da pesquisa, o estudo mostra um panorama, desde o ponto de vista das organizações sociais e o que elas têm feito para modificar a realidade do mercado de trabalho para as pessoas LGBTQIA + no Brasil. Além de apresentar também os desafios que as pessoas desse grupo têm enfrentado na capacitação e na locação da mão de obra qualificada, ou seja, se após treinamento a pessoa, de fato, conseguirá um emprego no mercado de trabalho ou não.

Fred Nicácio esteve no lançamento

|  Foto: Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

Em entrevista ao Portal A TARDE, o médico dermatologista e um dos embaixadores do Fundo Positivo, Fred Nicácio, afirma que os planos de carreira são fundamentais para assegurar empregos para as pessoas da comunidade LGBTQIA +. “O problema que existe hoje não é só a falta de projetos, mas falta de dinheiro para custear esses projetos. E quando falamos sobretudo sobre empregabilidade trans, são sempre empregos à margem da sociedade, nunca são empregos a longo prazo, não se pensa em cursos profissionalizantes, em capacitações e planos de carreira, para que essas pessoas possam se tornar líderes, gerentes, diretores”. Quem também é uma das embaixadoras do Fundo Positivo é a cantora indicada duas vezes ao grammy latino, Raquel Virgínia.

Lucas Bulgarelli foi o coordenador da pesquisa

|  Foto: Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

Para Lucas Bulgarelli, o processo admissional de uma pessoa LGBTQIA + em uma empresa deve ser feito com cuidado. “Não adianta contratar a pessoa para um ambiente de trabalho onde ela vai ser discriminada constantemente, um ambiente que não é inclusivo”, diz. Além disso, outra questão é a baixa permanência dessas pessoas nos empregos por diversos fatores sociais e até mesmo econômicos.>>>Casa de cultura Ballroom se torna espaço de resistência e arte>>>Pesquisador da Uneb lança livro de contos GaysexNa pesquisa do relatório no tópico ‘Permanência no emprego formal após participação no projeto’, referentes a 47 organizações, 36,2% dos entrevistados responderam que se mantiveram no emprego por pelo menos 12 meses em uma escala de 25% a 50%. No entanto, segundo Lucas Bulgarelli o Fundo Positivo, “vem com a garantia e possibilidade de podermos avançarmos em discussões para que haja fortalecimento e finalmente retorno financeiro para a nossa comunidade”. Assim como o aumento de empregos.Ele ainda salienta que a questão da empregabilidade dessas pessoas deve ser também levada como uma questão de políticas públicas. “É necessário que os municípios, os governos estaduais e o próprio Governo Federal assumam o papel protagonista de entender que a população tem muito a ser atendida, e só não o faz porque muitas vezes não é compreendida ou sofre preconceito”, afirma.

Harley Fernandes é coordenador do Fundo Positivo

|  Foto: Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

Harley Fernandes, coordenador do Fundo Positivo explica que o Fundo Positivo financia projetos “para que pessoas LGBTQIA + tenham acesso a direitos no Brasil”. Segundo ele, o projeto só consegue fazer com que os direitos sejam igualitários se houver um panorama, como o realizado com o relatório, para verificar como se encontra a empregabilidade da comunidade no Brasil. “Conhecendo conseguimos provocar mudanças, que já estão acontecendo”.

Atriz e cantora Nanda Costa é uma das embaixadoras do Fundo Positivo

|  Foto: Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

A cantora e atriz Nanda Costa também é uma das embaixadoras do Fundo Positivo, e participou do lançamento. A artista, que diz amar Salvador, explica que é muito importante falar sobre a pauta em questão. “Tem uma galera jovem chegando aí que não passou por metade das coisas que eu passei e graças a Deus que não passem e a gente está trabalhando para isso [com o projeto]”, diz.

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