Em 22 anos, número de brasileiros com ensino superior triplica e sem ensino fundamental cai pela metade

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De acordo com dados do Censo Demográfico de 2022 sobre a escolaridade média dos brasileiros, divulgado nesta quarta-feira (26), 18,4% dos brasileiros com mais de 25 anos concluíram o ensino superior. Esse valor triplicou em relação aos dados divulgados em 2000, subindo de 6,8% para 18,4%. No mesmo período de tempo, o número de brasileiros que não completou nem o ensino fundamental caiu pela metade. Apesar dos avanços, quatro em cinco brasileiros ainda não têm curso de graduação e 35% da população segue sem completar o ensino fundamental.

A redução do percentual de brasileiros sem instrução ou com ensino fundamental incompleto mostra os avanços na busca pela universalização do ensino básico nas últimas duas décadas: o dado caiu de 63,2% em 2000 para 35,2% em 2022.  O Censo 2022 mostra ainda que 32,3% das pessoas com 25 anos ou mais tinham ensino médio completo ou superior incompleto (acima das 16,3% de 2000), 14% tinham ensino fundamental completo ou médio incompleto (acima dos 12,8% de 2000).

Os dados publicados em maio de 2024 também mostraram avanços na alfabetização da população. A diminuição do número de pessoas sem ensino médio completo já tinha sido registrada em 2010, quando esse número caiu para 49,3%, mas em 2022 atingiu o menor valor, em 35,2%. Os dados publicados em maio de 2024 também mostraram avanços na alfabetização da população. 

Mas a distribuição desses avanços ocorreu de forma desigual no país. A região nordeste continua tendo a maior proporção de pessoas ainda sem instrução ou com fundamental incompleto, apresentando uma taxa de 44,6%, enquanto nos estados da região sudeste, esse índice é o menor do Brasil, chegando a 30%.

De acordo com o Censo 2022, 56,4% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados em algum curso de ensino superior no ano da pesquisa. O pesquisador do IBGE, Bruno Perez, também destacou que parte da população sem ensino superior é composta por pessoas mais velhas. “A gente sabe que tem uma população mais envelhecida para a qual o acesso à educação foi mais difícil na sua juventude. Então, essa população mais velha também pesa aqui quando a gente está olhando a proporção da população de 25 anos ou mais com nível superior completo. Tem esse peso no estoque de décadas de população”, revelou.

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Proporção de pretos e pardos com ensino superior ficou cinco vezes maior

Levando em conta o mesmo período de tempo, é possível perceber o aumento da proporção de pessoas com nível superior em diferentes grupos de cor ou raça. Chama a atenção, principalmente, a proporção de pretos e pardos com ensino superior, que ficou cerca de cinco vezes maior no período. Em 2000, a proporção da população branca com 25 anos ou mais que tinha nível superior (9,9%) era mais de quatro vezes superior ao verificado na população de cor ou raça parda (2,4%) e preta (2,1%). O avanço da população branca com nível universitário completo cresceu 2,6 vezes no período, mas a parcela de negros com ensino superior cresceu cerca de 5 vezes.

No entanto, fazendo uma análise por cor e raça dos dados do Censo 2022, é possível perceber que os brancos ainda têm mais acesso ao ensino superior que os pretos e pardos (foram 25,8% dos brancos, 11,7% dos pretos e 12,3% pardos). 

Já analisando a média de anos de estudo, os brasileiros com 11 anos ou mais de idade tinham 9,5 anos de estudo em 2022, sendo a população de cor amarela aquela com melhor desempenho (12 anos). Entre os brancos, a média era de 10,3 anos. Os pretos e pardos tinham, em média, 8,9 anos de estudo, enquanto entre os indígenas, o total era de 7,5 anos.

Frequência à escola ou creche cresce em quase todas as faixas etárias

Durante esses 22 anos, também houve crescimento na frequência à escola ou creche na faixa etária até 17 anos de idade, e uma variação especialmente grande nos grupos mais jovens. Entre as crianças de 0 a 3 anos, a taxa de frequência escolar bruta avançou de 9,4% para 33,9%. Já entre 4 e 5 anos de idade, a elevação foi de 51,4% a 86,7%.

Nas faixas etárias seguintes, o avanço também foi percebido, mas mais modesto. O grupo de 6 a 14 anos teve elevação de 5,2 pontos percentuais, enquanto na faixa de 15 a 17 anos foi de 7,6 pontos percentuais.

Ao contrário do que ocorreu nos grupos etários mais jovens, na faixa etária entre 18 e 24 anos de idade, a taxa bruta de frequência escolar apresentou uma redução. O índice ficou com uma diferença 0,7 pontos percentuais entre 2000 e 2010, e depois mais 2,9 pontos entre 2010 e 2022.

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