Governo publica decreto com bloqueio de R$ 15 bilhões nas despesas de 2024

O Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, publicado nesta terça-feira 30 em edição extra do Diário Oficial da União, bloqueia R$ 11,2 bilhões em despesas nos ministérios e contingencia R$ 3,8 bilhões, resultando em uma contenção de R$ 15 milhões que afeta os órgãos de maneira geral.

A distribuição por órgão teve como diretrizes a preservação das regras de aplicação de recursos na Saúde e na Educação (mínimos constitucionais), a continuidade das políticas públicas de atendimento à população e o compromisso do governo federal com a meta de resultado fiscal estabelecida para o ano de 2024.

A divisão da contenção de R$ 15 bilhões se dará da seguinte forma:

R$ milhões
Detalhamento Contingenciamento Bloqueio LC 200/23 Total
Emendas de Comissão (RP 8) 278,9¹ 816,4² 1.095,3
Emendas de Bancada (RP 7) 153,6¹ 153,6
Discricionárias do Poder Executivo (RP 2) 2.178,7 7.077,5 9.256,2
Discricionárias do PAC (RP 3) 1.222,7 3.277,3 4.500,0
Total 3.833,9 11.171,2 15.005,1
¹ Divisão possível de acordo com § 16 do art. 71 da LDO-2024, conforme tabela 15 do Relatório do 3º bimestre² Divisão possível de acordo com § 4º do art. 69 da LDO-2024

Os órgãos terão até dia 6 de agosto para adotar medidas de ajustes e realizar o procedimento de indicação das programações e ações a serem bloqueadas. As despesas bloqueadas podem ser substituídas pelos órgãos a qualquer tempo, salvo se estiverem sendo utilizadas para fins de abertura de crédito no momento de solicitação do órgão.

O bloqueio, que leva ao cancelamento de despesas discricionárias para o atendimento de despesas obrigatórias, ocorre para que se cumpra o limite de R$ 2,116 trilhões fixado para a despesa primária neste ano. O contingenciamento limita o empenho e a movimentação financeiras das despesas e tem como objetivo evitar que o déficit primário fique acima de R$ 28,8 bilhões.

O bloqueio pode ser revisto ou reduzido em caso de revisão para baixo da projeção das despesas obrigatórias. O contingenciamento também pode ser revisto em caso de melhora da estimativa de resultado primário para o ano, tanto pelo lado da receita, quanto pela despesa, ou combinação dos dois.

Com essa medida, após a contenção de R$ 15 bilhões anunciada, os ministérios e órgãos poderão empenhar, até setembro, 35% do saldo a empenhar remanescente. De setembro a novembro, mais 35% desse saldo remanescente fica liberado para empenho, elevando o total passível de empenho, até novembro, para 70% do saldo remanescente hoje, após a contenção de R$ 15 bilhões. E até dezembro 100% desse saldo a empenhar remanescente estará liberado.

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