Saúde pública em Natal entra em colapso com escassez de insumos e abandono

A Comissão de Saúde, Direito dos Animais, Previdência e Assistência Social da Câmara de Natal fez um balanço direto sobre a situação da saúde pública da cidade. A presidente da comissão, vereadora Camila Araújo (União Brasil), afirmou que a saúde de Natal enfrenta um colapso, citando unidades com estrutura precária, falta de insumos e déficit de profissionais.

“Nós temos um passivo gigante, na casa de R$ 70 milhões, que o Estado não repassa para a saúde do município de Natal. E o município fica de pires na mão, tentando organizar as contas e dar conta dos munícipes, mas não consegue”, afirmou Camila.

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O vereador Cláudio Custódio (PP) relatou problemas críticos em centros de atenção psicossocial. “Visitei o CAPS Norte e encontrei um viveiro de pombos no telhado, portas quebradas e grades para proteger servidores. O lixo virou moradia de moradores de rua. É um caos”, disse. O vereador também destacou que o CAPS Leste ainda está fechado e funcionando provisoriamente em outra unidade.

Cleiton da Policlínica (PSDB) destacou o abandono das unidades de saúde e pediu visitas urgentes. “Passei 13 anos na Policlínica de Neópolis e sei que cada unidade tem uma realidade. Os gestores estão abandonados. Precisamos ir até lá, ouvir e cobrar”, afirmou.

João Batista (DC) sugeriu uma visita urgente à UPA da Cidade da Esperança, que enfrenta problemas estruturais e falta de equipamentos básicos. “A autoclave que esteriliza materiais quebrou de novo. Isso afeta o atendimento de toda a região e do próprio Samu. A situação é crítica”, afirmou.

A presidente da comissão criticou a gestão passada, afirmando que houve abandono completo das unidades básicas e especializadas. “A gestão anterior deixou as unidades em ruínas. Há déficit de médicos, técnicos de enfermagem e dentistas. A saúde está na UTI e prestes a falecer”, disse.

Luciano Nascimento (PSD), vice-presidente da comissão, também criticou a situação e cobrou mais responsabilidade do governo estadual. “Os deputados estaduais precisam destinar recursos para Natal. Não é justo que a cidade fique abandonada enquanto o interior recebe tudo”, afirmou.

A comissão decidiu intensificar as visitas às unidades e cobrar ações imediatas. Além disso, irão pressionar o governo estadual a pagar os R$ 70 milhões em atraso. “Os munícipes estão morrendo nas filas por falta de cirurgia e leitos de UTI. Não dá mais para aceitar isso”, concluiu Camila Araújo.

A comissão pretende visitar a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) para exigir explicações sobre o sistema de regulação e a falta de acesso a cirurgias eletivas. Também irão buscar respostas sobre a negativa de leitos em hospitais como o Onofre Lopes, que segundo denúncias, não tem aberto vagas para o município. “A saúde é um direito. Não vamos parar até que o mínimo seja garantido ao povo”, finalizou Camila Araújo.

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