Iema revela bairros com mais pó preto

Vinicius Rocha, coordenador de Qualidade do Ar do Iema, explicou que a poeira sedimentável vem de várias fontes

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Kaddja Fernandes/AT

Em um monitoramento constante em vários pontos da Grande Vitória e do Sul do Estado, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) divulgou os dados de 2024 da taxa de Deposição de Poeira Sedimentável – conhecido como pó preto.Os dados – que fazem parte da Rede Manual de Monitoramento de Poeira Sedimentável – apontam aumentos nas taxas em vários pontos monitorados.O maior número foi registrado em setembro do ano passado, na Enseada do Suá, quando chegou a 18 gramas do “pó preto” por metro quadrado em 30 dias.O dado aponta ainda que o acúmulo do mês superou o limite exigido pela legislação, que é de 14 gramas por metro quadrado.No Centro de Vitória, em março do ano passado, o limite estipulado também foi superado.O coordenador de Qualidade do Ar do Iema, Vinicius Rocha, explicou que a poeira sedimentável vem de várias fontes, como indústria, construção civil, ou até mesmo da suspensão das vias, com o movimento de automóveis.“É preciso, no entanto, diferenciar essa poeira sedimentável, que é aquela que gera o incômodo de sujar o chão e que pode ser vista, do material particulado fino, que é o respirável e passa por outro tipo de monitoramento”.O pó preto, segundo Rocha, é monitorado em 12 pontos, de forma manual.“A gente coloca os coletores nesses pontos e ele fica lá por 30 dias. Todo mês, o laboratório contratado pelo Iema recolhe os coletores e é feita a análise do material”.Como cada ponto tem vários coletores, são 76 amostras analisadas pelo órgão durante o mês.O coordenador ainda explicou que os pontos, muitas vezes, sofrem influências de agentes transitórios, que aumentam as taxas por alguns períodos.“Na Enseada do Suá, em setembro do ano passado, por exemplo, assim como em vários pontos onde houve aumento, podemos identificar a influência das obras de asfaltamento na cidade”.Ele citou, ainda, que obras próximas aos pontos de coleta também influenciam.“De toda forma, o monitoramento identifica os aumentos significativos e possíveis fontes geradores, se necessário, notifica órgãos ou mesmo aciona equipes de licenciamento para que adote medidas”, pontuou.Saiba mais Qualidade de vida na Grande Vitória O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) monitora continuamente a qualidade do ar na Grande Vitória por meio de duas redes: a automática e a manual.Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do ArPor meio de 10 estações, monitora gases e materiais particulados, com equipamentos automáticos que continuamente analisam a concentração dos poluentes no ar ambiente. O resultado é atualizado de hora em hora, com o Índice de Qualidade do Ar (IQAr).Os poluentes que fazem parte do índice são: Material particulado 10 e Material particulado 2,5 (ambos respiráveis); Dióxido de nitrogênio, Dióxido de enxofre, Monóxido de carbono e Ozônio.Rede Manual de Monitoramento de Poeira Sedimentável (pó preto)O monitoramento da taxa de deposição de poeira sedimentável (Pó Preto) na Região da Grande Vitória e na Região Sul do Estado é feito por meio da exposição de um recipiente coletor por 30 dias para coleta do material em 12 pontos da Grande Vitória.De posse dos valores de massa depositados nos recipientes e a de sua área de exposição, é determinada a taxa de deposição de poeira sedimentável em gramas por metro quadrado, por 30 dias.O pó Preto, ao contrário dos materiais particulados 10 e 2,5 (que compõem o índice de qualidade do ar), não são respiráveis, segundo o Iema.Pontos com maiores taxas de pó preto (rede manual)Enseada do Suá (Corpo de Bombeiros)Ano – Média2024 10,35 g/m.2023 7,96 g/m2022 4,86 g/mEm 2024, junho teve a menor taxa (5,5 g/m) e, setembro, a maior (18,36 g/m).Vila Capixaba (Ceasa)Ano – Média2024 7,16 g/m.2023 5,40 g/m2022 4,46 g/mEm 2024, fevereiro teve a menor taxa (5,24 g/m) e, setembro, a maior (9,7 g/m).Ibes (Vila Velha)Ano-Média2024 5,56 g/m.2023 5,21 g/m2022 3,59 g/mEm 2024, junho teve a menor taxa (2,73 g/m) e, outubro, a maior (8,42 g/m).CarapinaAno-Média2024 4,93 g/m.2023 3,57 g/m2022 2,90 g/mEm 2024, julho teve a menor taxa (2,39 g/m) e, agosto, a maior (7,32 g/m).Centro de Vitória(Ministério da Fazenda)Ano-Média2024 8,26 g/m.2023 4,52 g/m2022 3,25 g/mEm 2024, dezembro teve a menor taxa (4,07 g/m) e, março, a maior (14,9 g/m).Ilha do Boi (Hotel Senac)Ano-Média2024 8,31 g/m.2023 5,64 g/m2022 3,27 g/mEm 2024, fevereiro teve a menor taxa (4,34 g/m) e, outubro, a maior ( 12,56 g/m).Ilha do Boi (Clube Ítalo)Ano-Média2024 7,11 g/m.2023 5,43 g/m2022 3,67 g/mEm 2024, junho teve a menor taxa ( 3,52 g/m) e, outubro, a maior (9,8 g/m).Laranjeiras (Dório Silva)Ano-Média2024 6,10 g/m.2023 8,34 g/m2022 7,77 g/mEm 2024, janeiro teve a menor taxa (3,71 g/m) e, outubro, a maior ( 9,27 g/m).Jardim Camburi (Unidade de Saúde)Ano-Média2024 6,37 g/m.2023 4,67 g/m2022 3,44 g/mEm 2024, março teve a menor taxa (5,18 g/m) e, outubro, a maior (10,61 g/m).Cidade ContinentalAno-Média2024 8,02 g/m.2023 5,67 g/m2022 4,49 g/mEm 2024, fevereiro teve a menor taxa ( 4,54 g/m) e, agosto, a maior ( 13,43 g/m).Praia do Canto (Instituto Dom João Batista)Ano-Média2024 3,69 g/m.2023 2,87 g/m2022 2,25 g/mEm 2024, junho teve a menor taxa (2,43 g/m) e, julho, a maior (4,5 g/m).CarapebusAno-Média2024 5,30 g/m.2023 4,11 g/m2022 4,42 g/mEm 2024, fevereiro teve a menor taxa (3,34 g/m) e, outubro, a maior (7,48 g/m).

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