Juiz que chamou corregedor de “gay não assumido” é aposentado

Uma decisão sobre o destino de um juiz da Bahia está causando polêmica e dividindo opiniõesO Tribunal de Justiça aposentou compulsoriamente Mario Caymmi Gomes, juiz responsável pela 27ª Vara de Substituições de Salvador, sob alegação de “conduta incompatível com a magistratura”.Leia Mais:Maria da Penha agora vale para casais homoafetivos, travestis e transA decisão ocorreu em sessão sigilosa no final de janeiro, mas a divulgação ocorreu somente neste domingo (23). Ao todo, foram 42 votos a favor da penalidade contra o juiz.O início da polêmica ocorreu quando Mario Caymmi Gomes abriu um edital de vagas de estágio para o próprio gabinete em 2023, onde destinou as três vagas para pessoas LGBTQIA+. O edital acabou anulado por decisão do então corregedor Geral de Justiça, José Edivaldo Rocha Rotondano, alegando que o texto era preconceituoso contra a população heterossexual e poderia fracassar na contratação, caso não tivesse interessados.Com o edital suspenso, Mario Caymmi se viu inconformado e disse, a uma rádio local, que a decisão foi tomada por “um corregedor que é gay, ainda que ele não se assuma”, se referindo ao desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano, corregedor-geral do TJ baiano à época. Ainda revoltado com a decisão, o juiz completou: “Isso não é fofoca. Tem a ver com o caso. Sei que ele é gay, pois ele teve caso com meu marido, antes de ele me conhecer. Foi casado com vereador de Mata de São João”.Pouco mais de um mês depois da fala ele recebeu uma representação disciplinar do presidente do TJ da Bahia, Nilson Castelo Branco, que iria responder ao PAD que culminaria com sua aposentadoria compulsória. Em setembro ele foi afastado do cargo até o dia 29 de janeiro, quando ocorreu o julgamento.
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