Debate para prefeito de Niterói tem perguntas sobre educação, vacinas e internação compulsória; Rodrigo Neves não comparece

Participaram Bruno Lessa, do Podemos, e Carlos Jordy, do PL e Talíria Perone, do PSOL. Rodrigo Neves, o candidato do PDT, avisou cerca de duas horas antes do debate que não participaria. Candidatos à Prefeitura de Niterói, Bruno Lessa, Talíria Petrone e Carlos Jordy fazem debate no g1
Stephanie Rodrigues/g1
O debate promovido pelo g1 nesta quinta-feira (29) entre candidatos à Prefeitura de Niteró foi marcado por perguntas sobre educação, saúde, população de rua e internação compulsória.
Bruno Lessa, do Podemos; Carlos Jordy, do PL e Talíria Perone, do Psol, participaram do debate. Rodrigo Neves, o candidato do PDT, não compareceu. Representantes do candidato estiveram na reunião com os partidos e assinaram a ata, em 24 de julho, mas duas horas antes do debate ele informou por meio de sua assessoria que não iria participar.
O g1 convidou candidatos a prefeito de partidos, coligações ou federações que contam com 5 ou mais representantes no Congresso Nacional (deputado federal ou senador), obedecendo às regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a realização de debates nesta eleição.
As regras dos debates foram apresentadas e aceitas por representantes dos candidatos em reuniões realizadas na sede da TV Globo no Rio de Janeiro. Em Niterói, como acontecerá nas outras cidades com 4 participantes, o debate teve 5 blocos de perguntas, com 3 de temas determinados e 2 de tema livre. Como dois candidatos faltaram, o debate teve um sexto bloco, foi tema livre. Após o último bloco, houve tempo para considerações finais.
Educação
Perguntas sobre educação dominaram o primeiro bloco do debate. Em resposta para Lessa prometeu dobrar vagas de ensino em tempo integral, “Espaço Coruja” para cuidar de crianças de famílias que trabalham no turno noturno, e um plano emergencial para garantir mil vagas em Cieps Cantagalo e Fonseca.
Já Lessa disse que vai implementar o ensino integral em 50% das escolas. Também prometeu “construir 21 Umeis e aumentar capacidade de contratação de vagas de ensino infantil privada”.
Já Jordy disse que vai incluir a UFF em um plano de revitalização da indústria naval, e estaleiros, além de oferta de ensino técnico.
Os candidatos aproveitaram para criticar o desempenho de Niterói no último Ideb.
População de rua e transporte
Na sequência, os candidatos debateram sobre como lidar com a população de rua de Niterói. Talíria se declarou contra a internação compulsória e disse que, se eleita, vai implementar o projeto Acolher, no qual a prefeitura pagaria metade do salário para pessoas em situação de rua contratadas, além de prover moradia e tarifa zero. Ela também diz que é a favor de cuidar do uso abusivo de drogas e álcool – segundo ela, 17% da população e rua que têm esse problema.
Já Jordy disse que vai resolver essa questão no seu primeiro ano de prefeitura, se eleito. Ele prometeu reinserção laboral para quem queira trabalhar e internação compulsória pra tratamento. “Se fosse parente meu eu ia querer que fosse tratada”, disse.
Posteriormente, Lessa também disse que é a favor da internação involuntária: “Não feita de qualquer modo, mas a partir do CAPS AD com recomendação médica”.
Talíria respondeu: “A gente tem que aumentar a rede de atenção psicossocial. A gente vai ter políticas de inclusão, para que Niterói aponte um direito de futuro para as pessoas”.
Os candidatos, na sequência, debateram sobre transporte. Lessa disse que é contra a tarifa zero custeada por royalties do petróleo. “Dá para reduzir a tarifa enfrentando empresários e fazendo bilhetagem eletrônica”, afirmou.
Já Jordy disse que vai rever os contratos e vai buscar tarifa zero pra beneficiários da moeda Arariboia, devolvendo linhas de ônibus que foram retiradas.
Vacinas e saúde
Sobre saúde, Lessa propôs zerar a fila por exame na rede municipal. “É inaceitavel 8 meses para uma mamografia”, afirmou. Também prometeu construir centro de imagem e centro de especialidades e, até que as obras ficassem prontas, comprar vagas na rede particular.
Jordy respondeu afirmando que pretende também fazer um centro de imagem e um centro especializado para autistas.
Talíria propôs universalizar o programa Médico de família, ampliar leitos em hospitais, criar um centro para tratamento de AVC e infarto, além de renovar o parque tecnológico das policlínicas.
A candidata e Carlos Jordy trocaram farpas sobre a questão da vacinação – segundo Talíria, o candidato do PL é contra as vacinas. Ele disse que foi contra fabricantes de vacinas na pandemia que não se responsabilizaram por efeitos colaterais, mas que em Niterói fará vacinação em massa da população. Ela respondeu que Jordy entrou na Justiça contra a vacinação obrigatória.
Todos os candidatos criticaram a gestão de Rodrigo Neves. Lessa afirmou que combate à Covid foi ineficiente na cidade, e disse que o Programa Médico de Família virou moeda de troca politíca e Jordy afirmou que São Gonçalo tem 3 centros de atenção a pessoas do espectro autista, enquanto, segundo ele, Niterói não tem nenhum.
Infra-estrutura e segurança
Sobre infraestrutura, Lessa prometeu acabar a EMUSA, alvo de denúncias no ano passado. “Virou sinônimo de roubalheira e corrupção, o seu dinheiro público sendo utilizado menos para ser investido nas obras da cidade e mais para pagar funcionários fantasmas”.
Já Jordy disse que vai fazer piscinões no Caio Martins e no Barreto para acabar com os alagamentos, e vamos um grande pacote de obras para reformar todas as calçadas de Niterói.