Vereador cobra punição a envolvidos em tentativa de golpe revelada por Mauro Cid

O vereador Daniel Valença (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal de Natal para abordar a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e cobrou punições para os envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado. O parlamentar destacou o teor das revelações feitas por Mauro Cid e criticou as articulações descritas no depoimento.

“Queria aqui repercutir mais uma vez sobre a questão dos golpistas e a diferença no STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente o levantamento da delação premiada do senhor Mauro Cid, que era o braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro”, iniciou. Ele detalhou as acusações feitas por Mauro Cid, que afirmou a existência de dois grupos próximos ao ex-presidente.

“Ele (Cid) comenta nessa delação que havia dois grandes grupos, um deles que era o chamado Grupo de Radicais, e segundo o Cid, eles gostariam de alguma forma de incentivar Bolsonaro a promover um golpe de Estado, que ele assinasse um decreto golpista”, esclareceu Daniel.

O vereador explicou que o grupo acreditava que, caso Bolsonaro assinasse o decreto, teria o apoio de setores armados. “Acreditavam que quando o presidente desse a ordem, ele teria apoio dos caçadores profissionais”, afirmou. E destacou que o então presidente buscava uma postura mais firme do general Paulo Sérgio em relação à comissão de transparência das eleições.

Segundo Daniel, o plano envolvia nomes influentes da política e das Forças Armadas. “Que Bolsonaro queria que o documento produzido fosse duro, que o grupo era composto pelo general Pazuello, pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto e por assessores técnicos”, afirmou. Ele ainda detalhou o conteúdo do suposto decreto golpista mencionado por Mauro Cid.

“Sobre o decreto golpista, Cid adicionava: no final, determinava diversas ordens, que prendia todo mundo. Que determinava as prisões, ministro do STF, dentre eles Alexandre Moraes e Gilmar Mendes, entre outros”, disse o vereador. Valença acrescentou que o plano incluía a prisão do então presidente do Senado. “Determinava também a prisão do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e de outras autoridades”, destacou.

BOLSONARO FEZ ALTERAÇÕES NO DOCUMENTO. O vereador relatou que, segundo Cid, Bolsonaro fez alterações no documento. “Bolsonaro recebeu o documento e alterou as ordens, mantendo a prisão do ministro Alexandre Moraes, a realização de novas eleições devido à fraude no pleito”, afirmou.

Daniel destacou que essas informações foram diretamente relatadas por Mauro Cid. “Eu vi o presidente trocando documentos. Quem diz isso foi Mauro Cid, não foi nenhum petista, não foi a PGR, não foi nenhum ministro do STF”, frisou o vereador, que lembrou o envolvimento de Cid em outras denúncias. “Quem disse isso foi a pessoa que entregou milhares de dólares em mãos a Bolsonaro após vender as joias nos Estados Unidos”.

No encerramento de sua fala, o vereador Daniel Valença pediu punição aos envolvidos. “É isso, presidente. Prisão para os 34 golpistas”, finalizou o vereador, cobrando ações do STF contra os citados na delação.

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