Depois de um processo de reabilitação intenso de 6 anos, a peixe-boi fêmea, Angelina, foi devolvida ao mar na manhã desta quarta-feira (28), na praia de Diogo Lopes, em Macau, Região Costa Branca do Rio Grande do Norte. Nos últimos 2 anos, Angelina esteve em reabilitação no RN, acompanhada pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), em colaboração com a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (FUNCITERN).
Angelina foi resgatada em 2018 por pescadores da praia de Beberibe, no Ceará, e nos primeiros 4 anos de vida passou por tratamentos de saúde e qualidade de vida. Já no RN, o animal passou a receber os cuidados do Projeto Cetáceos da Costa Branca da UERN, e foi ambientada por aclimatação e convívio com outros peixes-bois, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, em Macau, até ser considerada apta para soltura no meio ambiente.
A soltura representa a última etapa na reintrodução de um peixe-boi marinho ao meio ambiente. Antes disso, o animal precisou receber cuidados desde o desmame até o desenvolvimento adulto. Atualmente, a peixe-boi tem 6 anos, pesa 476 quilos, tem 2,83 metros de comprimento e já é considerada adulta.
Esse é o quarto animal solto na natureza após processo de reabilitação no projeto no litoral do RN. Angelina se junta agora a outros três peixes-bois já devolvidos à natureza pelo projeto: o Gabriel, a Rosa e o Zé. Aliás, em maio deste ano, o projeto comemorou um ano da soltura de Gabriel, o primeiro peixe-boi-marinho reintroduzido na região potiguar. De lá para cá, a equipe do PCCB-UERN tem realizado monitoramento contínuo, acompanhando o comportamento e as áreas de uso dos animais e também intervenções biomédicas e ações socioambientais.

Essas atividades fazem parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), uma exigência do IBAMA no licenciamento ambiental das operações de exploração, produção e escoamento de petróleo e gás pela Petrobras. O PMP-BP é uma colaboração entre a Petrobras, UERN, Funcitern, e conta com o apoio de instituições como Cemam, Idema e Aquasis.
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Projeto Cetáceos da Costa Branca
O PCCB-Uern foi criado em 1998, como uma ação institucional de estudantes, professores, técnicos, moradores das comunidades e pescadores, inicialmente para levantamento de cetáceos na Costa Branca. Em 2009, foi iniciado o projeto de monitoramento de praias da bacia potiguar.
Depois disso, o projeto se expandiu até estar presente atualmente em cinco bases avançadas, com uma equipe de cerca de 80 pessoas, entre pesquisadores, moradores das comunidades, contratados e voluntários, que atuam tanto na pesquisa quanto na educação ambiental.
Além do trabalho de resgate, reabilitação, estabilização, soltura e monitoramento de peixes-bois-marinhos, o Cetáceos mantém programas de conservação de aves, tartarugas-marinhas, golfinhos e baleias, e de monitoramento das condições ambientais locais e pesca artesanal.
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