Exército cria cartilha e oferece apoio para afastar militares de apostas online

O Exército Brasileiro publicou um caderno de orientações para sensibilizar a família militar sobre os perigos do vício em apostas esportivas online. A cartilha, lançada inicialmente em julho do ano passado e recentemente atualizada pela Diretoria de Assistência ao Pessoal da Força, alerta para os riscos de endividamento e desenvolvimento de transtornos psíquicos, como ansiedade e depressão, que podem comprometer a atuação de oficiais e praças.

Baseado em diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o documento compara o vício em apostas online a outros comportamentos adictivos, como o alcoolismo e a dependência química. Embora não apresente dados específicos sobre o impacto desses transtornos no funcionamento do Exército, o texto ressalta que o vício em jogos é mais comum entre homens com alta impulsividade e competitividade.

Para ilustrar os riscos do jogo patológico, a cartilha apresenta um caso hipotético de um militar ativo, identificado como João. Segundo o documento, João começou a apostar online por diversão, mas acabou acumulando dívidas ao aumentar os valores das apostas.

“O vício de João em apostas começou a afetar todas as áreas de sua vida. Ele passou a gastar menos tempo com a família e os amigos, concentrando-se apenas nas apostas. Sua saúde mental também foi prejudicada, pois ele se tornou cada vez mais estressado e ansioso com suas perdas”, descreve o material.

Entre os principais sintomas do transtorno listados na cartilha estão: passar tempo demais usando telas, pensar excessivamente em jogos, sentir-se ansioso ou tenso quando não está jogando, gastar quantias descontroladas em apostas, aumento na irritabilidade, necessidade de estar conectado constantemente, mentir sobre o hábito de jogar, sentimentos de culpa, indisponibilidade, distanciamento social, problemas de organização, procrastinação e dificuldade de se inserir em situações sociais.

Além do endividamento e do sofrimento psíquico, o documento aponta que o vício em jogos pode resultar em dificuldade de concentração, redução das habilidades sociais, problemas de visão e dores musculares. O caderno de orientações recomenda tratamento por meio de medicamentos, psicoterapia e participação em grupos de apoio mútuo para ajudar aqueles que enfrentam esse transtorno.

As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo.

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