Ibovespa renova máxima histórica após indicação de Galípolo ao BC; dólar sobe a R$ 5,55

Após quedas no começo do dia, o Ibovespa renovou a máxima histórica acima dos 137 mil pontos nesta quarta-feira 28, depois da indicação de Gabriel Galípolo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência do Banco Central (BC). O dólar subiu quase 1% acompanhando o embalo positivo da notícia, divulgada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta tarde.

Atualmente, Galípolo é diretor de Política Monetária na autarquia. A transição de mandatos será feita após a sabatina e aprovação do Senado Federal.

A sessão também foi marcada pela expectativa dos mercados globais com os resultados da Nvidia. Uma decepção em relação ao balanço da Nvidia poderia fazer os investidores perderem o otimismo com as ações de tecnologia, que têm fomentado os ganhos em mercados acionários neste ano, em meio ao desenvolvimento acelerado da inteligência artificial.

Também prevaleceu o debate sobre o tamanho do afrouxamento monetário do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) em sua próxima reunião de setembro, com operadores apostando em um corte de 25 pontos-base nos juros, contra chances menores de uma redução de 50 pontos-base.

O Ibovespa encerrou a sessão em alta de 0,42%, aos 137.343,96 pontos, marcando novo recorde histórico. Na última sessão, o principal índice da bolsa brasileira chegou a atingir o patamar dos 137 mil pontos, mas nos últimos minutos encerrou a sessão em queda de 0,08%, aos 136.775 pontos.

“O pregão de hoje reflete o equilíbrio entre a queda superior a 1% das ações de Vale com as altas da mesma magnitude para Petrobras e Itaú, três das ações com maior peso no índice”, analisou Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.

Entre as maiores baixas da bolsa hoje estão Companhia Siderúrgica Nacional, Usiminas e CSN Mineração. As três companhias caem puxadas por Vale, que se valorizou anteriormente com a troca de seu CEO e hoje se desvaloriza.

O dólar também fechou no campo positivo, subindo 0,98%, cotado a R$ 5,556 na venda. Em agosto, porém, a divisa acumula baixa de 1,76%.

No cenário nacional, agentes financeiros acompanharam pela manhã comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento do Santander. Em discurso, ele reforçou que a autarquia fará o que for necessário para atingir sua meta de inflação.

Estava no radar ainda uma coletiva de imprensa com a equipe econômica do governo sobre o processo de revisão de gastos, com a presença do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, à medida que o Executivo tenta alcançar a meta de déficit primário zero para este ano.

Neste início de tarde, a curva de juros brasileira avançava novamente, precificando 78% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em setembro e 22% de chance de elevação de 25 pontos-base.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.