Turista que fez bariátrica fica com pé preso em ‘chão falso’ de loja e entra na Justiça: ‘Gatilhos’


Advogado alega que cliente ficou constrangida pelos olhares de pessoas que associaram a queda à obesidade. Caso ocorreu em Praia Grande (SP). Mulher acionou advogados por situação que aconteceu na loja em Praia Grande (SP)
Arquivo pessoal
Uma mulher, de 34 anos, entrou na Justiça contra uma loja após ficar com o pé preso em um ‘chão falso’, que escondia um vazamento de água no estabelecimento, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ao g1, o advogado afirmou que a cliente passou pela cirurgia bariátrica recentemente e ficou constrangida pelos olhares de pessoas que associaram a queda à obesidade.
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A situação ocorreu enquanto a mulher, que mora na capital paulista, passava férias na cidade litorânea. Segundo o advogado Fellipe Clemente, a turista estava nos fundos do estabelecimento quando pisou em um ‘degrau’ e ficou com o pé preso entre duas madeiras do pallet. A situação durou aproximadamente dez minutos e, ainda de acordo com o profissional, gerou constrangimento.
“A perna dela ficou completamente roxa, inchada e com corte”, afirmou Clemente, que representa a cliente junto com a também advogada Bruna Cabral. “[Tiveram] todos esses gatilhos e constrangimentos porque as pessoas começam a associar o fato de ela ter sofrido uma queda e encaixado a perna nos pallets pela obesidade”, complementou ele.
Clemente ressaltou que, por conta da falta de fiscalização no local, a turista planeja processar também a Prefeitura de Praia Grande. Em nota, o município afirmou que o estabelecimento foi notificado e tem até a próxima semana, quando será feita uma nova vistoria, para fazer os reparos no local.
O g1 entrou em contato com a Mega Vestcasa, em busca de um posicionamento, mas não obteve retorno até publicação desta reportagem.
Mulher alega ter sofrido constrangimento após ficar com pé preso em ‘chão falso’ de loja em Praia Grande (SP)
Arquivo pessoal
Falta de assistência
Segundo o advogado, o caso ocorreu em 24 de janeiro, 62 dias após a mulher ser submetida à bariátrica. De acordo com Clemente, ela chegou a pesar 225 kg e não saiu de casa por quatro anos.
O profissional explicou que, por conta do episódio, a mulher foi afetada física e psicologicamente logo quando retomou a vida social. A defesa acrescentou que, mesmo após se desvencilhar do buraco no chão, ela ficou sentada aguardando o resgate por aproximadamente uma hora e meia.
Ainda de acordo com o relato, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pediu para que os funcionários da loja tirassem os pallets do caminho. Uma colaboradora, porém, teria se recusado e tentado ‘enxugar’ a água com pedaços de papelão.
Outro problema que, ainda segundo a defesa, aumentou o constrangimento da vítima, foi a falta de acessibilidade no local, já que a mulher não cabia na maca ou na cadeira de rodas.
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