Mães ambulantes têm novo ponto de apoio para deixar filhos durante o trabalho no carnaval do Rio

A iniciativa é do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) e da Prefeitura do Rio para evitar que crianças fiquem expostas enquanto os pais trabalham. O espaço fica na Rua República do Líbano e vai funcionar entre 7h e 13h. Mães ambulantes têm novo ponto de apoio para deixar filhos durante o trabalho no carnaval do Rio
Os ambulantes que têm filhos e que estão trabalhando no carnaval do Rio de Janeiro desse ano vão ter mais um ponto de acolhimento no Centro da cidade. A iniciativa é do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) e da Prefeitura do Rio para evitar que crianças fiquem expostas enquanto os pais trabalham.
A nova unidade também vai receber os filhos de trabalhadores ambulantes durante os megablocos, que acontecem no Centro do Rio. O espaço fica na Rua República do Líbano e vai funcionar entre 7h e 13h.
A prefeitura já disponibiliza um local próximo ao Sambódromo para atender essas famílias. O mesmo acontece durante os dias de desfile, na Escola Municipal Raquel de Queiroz, localizado na Cidade Nova.
Para as mulheres ambulantes, o carnaval vai muito além da diversão. É o sustento que garante comida e moradia por alguns bons meses. Elas vão atrás dos principais blocos da cidade.
A vendedora Taísa Aparecida precisa levar a filha de apenas 3 anos para trabalhar com ela.
“Não tenho uma rede de apoio onde eu possa deixar ela. Às vezes ela quer descansar, eu falo: ‘filha, vamos para o bloco’. Ela tem só 3 anos e já arruma as coisinhas dela”.
“Já vi criança dormindo no carrinho, carrinho tombando com criança dentro. E não tem alternativa, não tem com quem deixar. A grande maioria das mulheres são mães solos”, conta Carol Alves, vendedora ambulante.
Segundo a empresa responsável pela produção do carnaval de rua do Rio, quase 56 mil pessoas se inscreveram para trabalhar como ambulantes no período. A maior parte é de mulheres, compondo mais de 56% das inscrições.
O número de vagas é bem menor, apenas 15 mil pessoas receberam autorização para trabalhar.
“Para esse carnaval de 2025, nós começamos com reuniões prévias ao longo de 2024, e essa reuniões foram evoluindo e outras instituições foram aderindo obviamente. Poder público precisa estar engajado”, disse o desembargador do TRT-RJ, José Luís Campos Xavier.
Segundo a Secretária Municipal de Assistência Social, Marta Rocha, o espaço de acolhimento também irá receber as crianças dos vendedores não cadastrados também, além dos cadastrados.
“O que nos interessa é trazer essas crianças. A gente está acolhendo essas crianças e criando uma rede de apoio para essas mulheres”, afirmou Marta.
Trabalho infantil
“A cidade está muito cheia, fica muito cheia nessa época do ano, então todo mundo percebe aí uma oportunidade de ter uma renda extra. Então você coloca o pai, a mãe, o tio, o irmão mais velhos, e coloca até a criança vendendo. E é isso que a gente está tentando evitar que aconteça”, conta o desembargador.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), em média, a cada ano, as notificações de casos de trabalho infantil aumentam 38% durante o carnaval em todo o país.
“A gente pode agora trabalhar tranquilamente. Agora, vamos ter ainda mais garra para trabalhar na rua. Nossas crianças estão sendo incluídas, vão ter onde dormir. Ter nossos filhos cuidados é de grande alergia né”, disse Carol Alves.
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