Imagem do dia da Nasa é registro impressionante de aurora beija-flor na Noruega

A Nasa, em colaboração com a Universidade Tecnológica de Michigan, nos EUA, selecionou como “Imagem Astronômica do Dia” desta segunda-feira (10) uma fotografia impressionante de uma aurora boreal com um formato peculiar. Assumindo a forma de um beija-flor, o fenômeno óptico brilhou nos céus da cidade de Lyngseidt, na Noruega, duas semanas atrás.

O registro foi feito pelo astrofotógrafo francês Mickael Coulon, que demonstrou grande habilidade ao capturar o instante certo.

Inicialmente, a aurora não exibiu essa forma no céu. Segundo explica um comunicado da Nasa, o formato de beija-flor só se tornou visível por meio de uma câmera especial, capaz de detectar determinados brilhos quase “invisíveis” ao olho humano. Como os tons avermelhados geralmente aparecem em altitudes mais elevadas na atmosfera terrestre do que os esverdeados, a verdadeira estrutura tridimensional dessa aurora provavelmente seria difícil de reconhecer a olho nu.

A aurora era tão brilhante que podia ser vista sem equipamentos durante a chamada “hora azul”, que ocorre logo após o pôr do sol. Esse espetáculo de luzes, embora raro, pode ser apreciado somente em regiões extremas do hemisfério norte. Alguns cientistas utilizam satélites para monitorar a velocidade e densidade do vento solar e, com as condições adequadas, conseguem prever quando a aurora boreal se manifestará. No entanto, mesmo com essas análises detalhadas, nem sempre é possível fazer previsões precisas — o que torna cada registro do fenômeno ainda mais especial.

Como ela ocorre?

A aurora boreal ocorre devido à interação entre partículas solares e o campo magnético terrestre, conhecido como magnetosfera. Essas partículas, carregadas eletricamente pelo vento solar, penetram na magnetosfera ao se moverem em espiral ao longo das linhas do campo magnético, sendo conduzidas em direção às regiões polares e adentrando a atmosfera. Ao entrarem em contato com os gases atmosféricos, como oxigênio e nitrogênio, elas provocam sua excitação para níveis de energia superiores.

No entanto, essa energia é temporária, e as moléculas desses gases acabam perdendo intensidade. Ao retornarem a estados de menor energia, elas emitem luz, assim criando o espetáculo das auroras. Diferentes gases geram tonalidades distintas: o oxigênio, por exemplo, dá origem às cores verde e vermelha, como as vistas na aurora em forma de beija-flor, enquanto o nitrogênio pode produzir tons azulados ou rosados.

A Noruega é conhecida como um dos principais destinos para aqueles que buscam assistir a esse episódio, principalmente entre setembro e março. Isso porque, como as partículas solares são atraídas aos polos magnéticos, esse fenômeno é costumeiramente visível em latitudes maiores. Contudo, as auroras podem acontecer em outras localidades em períodos de tempestade solar, também conhecida como tempestade geomagnética.

Durante esses períodos, a chegada de partículas carregadas à Terra se intensifica, aumentando as interações com os gases da atmosfera. Como consequência, as auroras se tornam ainda mais luminosas e recorrentes. A última tempestade solar a atingir a Terra ocorreu em outubro de 2024.

Imagem do dia

Diariamente, a NASA divulga a “Imagem Astronômica do Dia”. Cada fotografia é acompanhada por uma explicação detalhada feita por um astrônomo profissional, que esclarece mais sobre o fenômeno registrado. Essa iniciativa, que teve início em 1995, reúne imagens fascinantes de nebulosas, planetas e cometas. Para conferir a imagem do dia junto com sua descrição, basta acessar o site oficial do programa clicando aqui.

 

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